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Mike Lynch. Foto: reprodução.
A aquisição da Autonomy, um dos negócios mais desastrosos da história da HP, ainda não deixou de gerar confusão, mesmo quatro anos depois de sua realização. Dessa vez, o ex-CEO da companhia, Mike Lynch, está processando a multinacional em US$ 150 milhões por danos.
O processo de Lynch é a cereja no bolo de desentendimentos que vem desde a compra da empresa em 2011, um negócio de US$ 11 bilhões. Desde a realização da compra, caíram o então CEO da HP, Leo Apotheker, e o próprio Mike Lynch.
Lynch está respondendo na justiça a um processo que a HP registrou em março, em que exige do ex-CEO e o ex-diretor financeiro da Autonomy, Sushovan Hussain, uma indenização de US$ 5,1 bilhões por uma suposta fraude contábil. A informação é do Business Insider.
Por sua vez, o executivo britânico jura inocência, alegando que foi a própria má istração da HP que minou a compra da companhia especializada em buscas corporativas.
Na semana ada, Lynch divulgou para a revista Fortune documentos do presidente do conselho da HP na época, Ray Lane, em que o executivo perguntou se era possível cancelar a compra no último minuto.
"Ainda estou preocupado pela Autonomy", afirmou Lane, que saiu do board em 2013 devido ao desgaste que a aquisição provocou em sua imagem.
Segundo o ex-CEO da Autonomy, Lane perguntou na ocasião quantas ações próprias a HP teria que recomprar para diminuir o valor pago na transação da Autonomy, reduzindo o total de US$ 11 bilhões para US$ 7 bilhões, um sinal que o negócio já estaria malfadado desde o início.
"Evidências mostram que na época da compra, a HP estava em caos. Antes de seguir com a compra, eles cogitaram a demissão de seu CEO. Depois tentaram cancelar o acordo depois de fechá-lo. No final, demitiram o CEO e aram a lutar entre si como gatos em um saco, provocando a dissolução da Autonomy", afirmou Lynch no documento que compõe o processo contra a HP.
Em resposta, a HP afirmou que o processo de Lynch é "risível" e uma tentativa desesperada de tirar o foco da outra disputa judicial aberta pela fabricante no início do ano, assim como a investigação sobre a má conduta do fundador da Autonomy.
"A HP espera ansiosamente o dia em que Lynch e Hussain serão obrigados a responder na corte por suas ações", divulgou a companhia em nota à imprensa.
Desde o começo, o processo de fusão da Autonomy com a multinacional foi marcada pela discórdia, com a companhia inglesa se queixando da cultura burocrática e à interminável série de conferece calls e preenchimento de formulários.
Em 2013, além do fundador e CEO Lynch, cerca de 25% dos funcionários do empresa britânica já tinham deixado a empresa. O grupo de saída incluiria muitos desenvolvedores e gestores sênior.
Um deles disse ao jornal que os procedimentos internos da multinacional eram o equivalente a um afogamento simulado diário, fazendo referência à “técnica de interrogatório” usada do Iraque pelo exército americano.
Todos estes tumultos levaram investidores a desacreditar a compra bilionária, apontando um desperdício de dinheiro por parte da HP.