
Tem que ser digitalizado, tokenizado, para poder voar... Foto: Depositphotos.
A ELO, uma das maiores empresas de processamento de pagamentos no país, está usando tecnologia da startup paulista Bitshopp como parte da sua participação no projeto DREX, o piloto do futuro “real digital”.
A conexão entre as duas empresas foi feita por meio da Evox Global, empresa que tem por trás o empresário Gilmar Batistela, fundador da Resource.
A Bitshopp é especializada em tecnologia de blockchain, especialmente uma dimensão com o nome algo misterioso de “tokenização de ativos”.
Em termos simples, tokenizar algo é dar a ele um “token” único, uma espécie de certificado digital que comprova a propriedade daquele ativo no mundo digital.
Você pode tokenizar ativos físicos (imóveis, obras de arte, uma coleção da Playboy) ou financeiros (ações, títulos, ou, no caso dos planos do Drex, o Real).
Com a tokenização, torna-se mais fácil negociar o ativo X em mercados digitais.
A ELO está envolvida no projeto Drex desde o começo, trabalhando em conjunto com a Caixa Econômica Federal e a Microsoft.
As empresas já anunciaram a criação do primeiro sistema de pagamento offline do Brasil, com foco nas regiões mais remotas do país.
O Drex ainda está na fase inicial, e o Banco Central, que coordena toda a iniciativa, não divulgou uma data para o início de testes com a população.
A participação da Bitshopp no projeto Brex da ELO foi divulgada pela Evox, que está envolvida na “governança” do projeto, que é o primeiro case de sucesso divulgado pela companhia até agora.
E quem é a Evox? O negócio foi fundado no final de 2022 por Gilmar Batistela, empresário conhecido por ter fundado a Resource, no seu momento uma das maiores integradoras de tecnologia e parcerias da SAP no Brasil, com faturamento de R$ 500 milhões em 2019, quando foi vendida para investidores internacionais.
Depois de vender o negócio, Batistela ficou um tempo fora do jogo, para retornar com a Evox Global, uma uma plataforma que deve intermediar a venda de tecnologia de startups para médias e grandes empresas.
Na época, foi anunciado um investimento de R$ 15 milhões na sua infraestrutura tecnológica, instalações e profissionais do novo negócio, que hoje afirma atender 20 grandes empresas em processos de inovação aberta com 100 startups certificadas na outra ponta.
Das 100 startups, 10 estão no que a Evox chama de “segunda fase de negócios”, na qual podem acontecer aquisição de equity e investimentos”, o que já foi feito no caso da Bitshopp, na qual a Evox tem uma participação de valor não revelado.
Quem são as empresas, quem são as startups, sobre tudo isso a Evox fazia mistério, pelo menos até agora.
"Nosso foco é continuar priorizando a necessidade de nossos clientes de forma imparcial, com um modelo disruptivo e diferenciado, no qual entregamos soluções de alta performance e minimizamos riscos para as empresas, encurtando o tempo e investimento em inovação aberta”, afirma Batistela.