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Éric Machado (Foto: Divulgação)
O avanço da inteligência artificial tem modificado radicalmente o cenário corporativo, abrindo caminho para um novo paradigma na gestão empresarial. Entre as diversas inovações, a IA Generativa se destaca como um divisor de águas. Enquanto os ERPs sempre foram considerados o coração das empresas, centralizando dados, processos e decisões, essa lógica está sendo desafiada. Segundo a Gartner, mais de 80% das empresas devem integrar IA Generativa ou modelos fundacionais em aplicações de produção até 2026, um salto impressionante em relação aos menos de 5% registrados em 2023. Essa tendência revela uma mudança estrutural: a inteligência artificial não é mais um apoio técnico, mas o novo eixo estratégico das organizações.
Dessa forma, manter os ERPs como centro das operações, sem integrá-los a tecnologias inteligentes, é insistir em um modelo ultraado. A rigidez desses sistemas, que foram revolucionários em seu tempo, hoje representa um gargalo para a agilidade e a inovação exigidas pelo mercado. O papel do ERP está sendo redesenhado, e com razão. Pesquisas da IDC mostram que 67% dos CIOs já estão reformulando suas arquiteturas para incluir camadas analíticas e preditivas. Isso revela não apenas um movimento técnico, mas um reposicionamento do que deve ser o “core” de uma empresa orientada por dados: não mais um sistema transacional, mas um ecossistema inteligente, adaptável e dinâmico.
O erro de muitas empresas está na crença de que adotar IA Generativa é apenas mais uma atualização tecnológica. Trata-se, na verdade, de uma virada estratégica. A IA Generativa não apenas interpreta dados; ela os transforma em ação, antecipando decisões e sugerindo caminhos criativos para problemas complexos. Estudo da McKinsey aponta que empresas que adotaram IA Generativa já colhem ganhos de eficiência entre 3 a 5 vezes em áreas operacionais. Ignorar essa mudança é perder competitividade em tempo real. Continuar tratando os ERPs como o centro das decisões, enquanto o mundo se move para estruturas inteligentes, é como insistir em mapas de papel em plena era do GPS.
A resposta das empresas líderes é clara: integração. A combinação entre IA Generativa, cloud computing e ERPs está criando uma nova tríade de transformação digital. De acordo com o relatório Flexera 2024, 89% das empresas já operam em ambiente multi-cloud, e a IA Generativa se consolida como prioridade estratégica de integração. Essa nova lógica exige um olhar diferente, mais ousado e menos preso a estruturas antigas. O ERP não desaparece, mas é reposicionado. Ele deixa de ser o centro para tornar-se um componente fundamental dentro de um sistema mais amplo, onde a inteligência é distribuída e orientada por dados em tempo real.
Portanto, a solução para as empresas que desejam se manter competitivas a por uma reconfiguração completa de suas prioridades tecnológicas. É necessário abandonar o protagonismo exclusivo dos ERPs e construir arquiteturas flexíveis, orientadas à inteligência de dados. A IA Generativa oferece uma nova camada de valor: cria, antecipa, otimiza. As organizações que desejam liderar, e não apenas sobreviver, precisam abraçar esse novo centro de gravidade. Porque no futuro das operações empresariais, a inteligência será distribuída, adaptativa e, sobretudo, generativa.
*Por Éric Machado, CEO, especializado em gestão de Tecnologia da Informação (TI) e Supply Chain.