
Novo e-mail deve estar pronto até o final do ano. Foto: flickr.com/photos/mauriciomeireles
O governo brasileiro encomendou aos Correios o desenvolvimento de um sistema nacional de e-mail no começo do mês. Pois parece que alguém em Brasília se deu conta que o Serpro já tem um.
Informações da Agência Brasil dão conta que o presidente do Serpro, Marcos Mazoni, esteve conversando com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sobre o assunto nesta segunda-feira, 24.
O sistema a ser liberado para a população ainda em 2013, cujo nome até agora é Mensageria Digital, está “sendo desenvolvido” para os Correios pela estatal federal de processamento de dados e será baseado no Expresso v3, plataforma que o Serpro já oferece para órgãos de governo.
“No mundo da tecnologia, não podemos dizer que todas as portas estão fechadas, mas é [um sistema] auditável porque usa software livre”, disse Mazoni à Agência Brasil.
Lançado em julho, o Expresso v3 é baseado na plataforma alemã E-Groupware e teve a primeira versão criada em 2005 pela Celepar, estatal paranaense de processamento de dados.
A ideia do governo é oferecer a solução de maneira gratuita para a população. Mazoni disse que caberá ao Ministério das Comunicações “fazer uma articulação” para pagar a infraestrutura necessária.
Aos seus clientes no governo o Serpro oferece o Expresso V3 por custo anual de R$ 43 por usuário – fora a possibilidade de baixar o software gratuitamente e montar uma nuvem privada. A versão para população será paga pelo governo.
Com os valores de hoje oferecidos aos clientes de governo – podem haver ganhos de escala dependendo do volume de adoção – o e-mail gratuito significaria uma conta anual de R$ 86 milhões caso 2 milhões de pessoas optem pelo serviço.
O que não está claro é se a oferta do governo terá atrativos capazes de fazer os usuários migrarem suas contas além da criptografia gratuita e do fato de ter o seu correio eletrônico hospedado no Brasil.
O Expresso V3 oferece para os clientes de governo caixas com capacidade de 500 MB. Quase uma década atrás, em 2004, o Gmail revolucionou o mercado oferecendo 1GB gratuitamente.
No caso da istração pública, ainda é possível impor uma solução inferior com base nas diretrizes de segurança de dados do governo.
Resta saber se o consumidor empresarial e residencial brasileiro está tão preocupado com a NSA a ponto de migrar suas caixas do Gmail para uma do Correios, onde, afinal, elas poderão ser bisbilhotadas por algum araponga brasileiro.