
Emerson Lima, fundador e CEO da Sauter Digital. Foto: Divulgação
Quando falamos de DevOps, nos referimos a um conjunto de práticas que visam automatizar e integrar as equipes de desenvolvimento, operações e segurança, a fim de acelerar e simplificar aspectos dos processos de criação, testes e lançamento de softwares, sites e aplicativos.
Neste sentido, os times de tecnologia que adotam essa cultura, aliada às práticas e ferramentas, tendem a apresentar melhores desempenhos, principalmente na criação de produtos tecnológicos de qualidade com rapidez, segurança e que apresentem uma experiência satisfatória para o cliente.
Isto acontece porque há uma integração e implementação contínua na cultura DevOps, que viabiliza a junção de áreas para gerar produtos de valor no menor tempo possível.
Porém, como nem tudo são flores, há inúmeros desafios: as organizações em busca de aumentar a frequência de lançamentos de software em 58% nos próximos dois anos, aumentaram a pressão em cima dos colaboradores por mais inovação, de acordo com um levantamento da Dynatrace, empresa global de tecnologia.
Nesse sentido, há um ponto de atenção: ao aplicar o conceito de DevOps, é necessário primeiro conscientizar os desenvolvedores sobre o monitoramento e a sustentação de ambiente, para que não haja dúvidas com relação ao processo de digitalização.
Ou seja, é indispensável reunir o time de desenvolvedores para compreender essa realidade juntamente da equipe de operações, que dominará mais ferramentas de automação e infraestrutura.
Mas, afinal, a metodologia DevOps chegou para substituir o Agile, por exemplo? A resposta é não! Embora semelhantes, ambos possuem abordagens distintas que envolvem grupos e departamentos diferentes e, consequentemente, estruturam a produção de forma diversa entre si.
Mutuamente exclusivos, o DevOps promove a colaboração entre os times envolvidos no desenvolvimento e na manutenção do software, enquanto o Agile visa manter a produtividade e promover versões com a realidade comum de necessidades em constante evolução.
Além disso, será que é possível afirmar que o DevOps elimina a operação de TI? Não! Afinal, embora a natureza da operação de TI possa mudar, raramente ela vai deixar de existir.
Aqui, a ideia é permitir que os desenvolvedores sejam mais livres e produtivos, funcionando a partir de automações e serviços. Além disso, nenhuma área é imutável! Hoje, o mercado exige adaptações constantes, que visam modernização, por meio de novas metodologias e ferramentas.
Não à toa, a metodologia DevOps torna os fluxos de trabalho menos burocráticos para que os processos sejam cada vez mais eficientes e econômicos.
Por isso, apoiado em uma automação eficaz, é possível encontrar rapidamente os pontos problemáticos no processo de gerenciamento de incidentes ou de entrega de software e, na sequência, automatizar implantações, cargas úteis de alerta, rotações de plantão etc.
Portanto, a cultura DevOps reduz o tempo dos ciclos de entregas, garantindo assim qualidade de vida para os colaboradores.
Mas, trata-se de um trabalho a quatro mãos, ao o que para implementar efetivamente o DevOps na empresa, é necessário apoio organizacional, principalmente dos times de liderança. Isto é, esta cultura não pode ser apenas um interesse em equipes isoladas, mas sim do time como um todo.
Embora haja inúmeros pontos positivos, diversas instituições ainda não adotaram essa metodologia, seja por desconhecimento ou até medo de adotar mudanças drásticas.
Nesse sentido, deixo um questionamento para vocês: o que ainda é preciso ser feito para comprovar que esse de fato é o caminho ideal para a transformação digital?
*Por Emerson Lima, fundador e CEO da Sauter Digital.