
O diretor geral da Dell no Brasil, Raimundo Peixoto, abriu uma brecha na política da companhia de “não comentar boatos”, e falou com a reportagem do Baguete Diário a respeito dos rumores que circulam prevendo uma saída total da empresa do Rio Grande do Sul, momentos antes de uma palestra no 2º Feirão Dell Expo em Porto Alegre nesta sexta-feira, 05.
“Isso não faz sentido. Ficaremos aqui por que nos interessa a elevada qualidade da mão de obra gaúcha”, afirmou Peixoto, que acredita que os comentários tem origem na abertura da fábrica de computadores em Hortolândia e ao conseqüente encerramento da produção de hardware do RS.
Segundo ele, o investimento na cidade paulista foi uma “necessidade logística”, que não afeta a permanência no estado da fabricação de softwares internos no Tecnopuc ou os departamentos de pós-vendas e call center, que ficaram em Eldorado do Sul. Peixoto destacou também o baixo turn-over entre os 700 empregados gaúchos como um motivo extra para permanecer.
No entanto, o principal executivo da multinacional americana no país não confirmou a expansão da operação de desenvolvimento de software no estado, anunciada em julho pelo secretário de Desenvolvimento, Nelson Proença. “Não temos nada definido”, resumiu Peixoto, que preferiu não falar do ritmo de contratações alegando que este era “gradual e contínuo” e não feito “aos saltos”.
“Saída é questão de tempo”
Uma fonte bem relacionada consultada pelo Baguete não acredita no discurso de Peixoto. “A saída deles é uma questão de no máximo 02 anos”, garantiu ao portal o empresário, que preferiu não se identificar. “Os salários no estado estão em alta, não faz sentido manter as operações separadas em dois estados”, completa.
O comentarista costuma acertar. Em maio de 2005, vazou a jornalistas gaúchos a informação sobre o fim da produção de hardware da Dell no Rio Grande do Sul, fato que acabou confirmado pela companhia após semanas de muita especulação.