
Guilherme Studart, CEO da Delfos. Foto: divulgação
A Delfos, startup cearense de Software as a Service (SaaS) que utiliza inteligência artificial para prever falhas em sistemas de energia renovável, acaba de receber um aporte de R$ 5 milhões em uma nova rodada de investimentos liderada pela Domo Invest.
Também participaram da rodada a EDP Ventures, veículo de investimento de capital de risco do Grupo EDP, a BMG Uptech e a Bossanova Investimentos.
Idealizada em 2017 pelos empreendedores Guilherme Studart e Samuel Lima, a Delfos possui contratos de operação com a EDP no Brasil e com outros players do setor de energia no país, e encerrou 2020 com projetos e contratos que alcançam 3 GW em ativos.
No ano ado, a startup foi selecionada pela Google para participar do seu programa de aceleração de startups, o Google Accelerator. Além disso, vem explorando oportunidades de internacionalização no mercado de energia offshore na Noruega.
Este é o segundo aporte da EDP na startup, que iniciou sua relação com a empresa em 2016, ao vencer o concurso de startups EDP Open Innovation e receber um investimento de € 50 mil (cerca de R$ 328 mil) para o desenvolvimento de um sistema de previsão de falhas em turbinas eólicas.
O primeiro aporte ocorreu em 2019 e foi liderado pela EDP Ventures, também junto com BMG e Bossa, em uma rodada de R$ 1,5 milhão.
Com o novo cheque, o objetivo da Delfos é executar o roap de desenvolvimento de produto para atender as demandas do mercado para uma economia de baixo carbono e estruturar a máquina de vendas para executar o crescimento projetado.
“Com o apoio estratégico da EDP e a visão que a DOMO tem de como transformar nossa tecnologia em algo que a gente consiga fazer crescer mais comercialmente, esperamos expandir nossa solução para diversos players em cada vertical em que trabalhamos”, afirma Guilherme Studart, CEO e cofundador da startup.
Rosario Cannata, gestor de investimentos da EDP Ventures Brasil, afirma estar animado com a rodada para a Delfos, que foi a primeira investida da EDP no Brasil e a primeira do portfólio na qual fazem follow on.
“Este segundo aporte reforça o nosso compromisso de longo prazo com startups que tenham relevância estratégica para o Grupo EDP, além de refletir a assertividade na escolha da empresa, que conseguiu desenvolver uma tecnologia de ponta e hoje se destaca no mercado, atraindo investidores do calibre da Domo”, ressalta Cannata.
Já Marcello Gonçalves, sócio da Domo Invest, vê enorme potencial nesse mercado diante da transformação energética e de operação e manutenção dos ativos que vêm ocorrendo no mundo.
“Cada vez temos mais sensores instalados nos equipamentos e precisamos extrair informações desses dados de forma escalável para aumentar a segurança operacional e rentabilidade das operações industriais e de geração de energia. A digitalização da indústria de energia está só começando e o time Delfos tem muito ainda para explorar”, afirma Gonçalves.
Fundada em 2016, a Domo é conhecida por fazer investimentos no estágio seed. Em geral, os cheques variam de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões. Seus sócios somam participações em mais de 150 investimentos e transações de M&A.
Já a EDP Ventures Brasil, criada em 2018, é o primeiro veículo de investimento do setor elétrico brasileiro e, além da Delfos, já realizou aportes em startups brasileiras como Colab, Dom Rock, Fractal Engenharia, Clarke Energia, Time Energy, Voltbras e a Blue Sol.
Desde 2008, os veículos de Venture Capital do Grupo EDP já aplicaram globalmente € 41 milhões em 32 startups, que juntas empregam mais de 1,5 mil colaboradores e têm mais de € 100 milhões de receita por ano.