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Domenico De Masi. Foto: divulgação
Muita gente ainda não se deu conta, mas vivemos em um mundo não mais industrial, mas pós-industrial, cuja sociedade se dividiu em dois grupos os sujeitos: os analógicos, impregnados pelo industrial e com medo de mudanças, e os digitais, que têm mais facilidade com a informação e são predispostos às inovações.
O disparo foi feito pelo sociólogo Domenico De Masi, autor da teoria do Ócio Criativo, que palestrou na segunda-feira, 14, no Road Show Internacional: Comportamentos e Atitudes Vencedoras, realizado na Unisinos.
“Os analógicos têm medo dos imigrantes, dos gays e das tecnologias”, destacou o italiano, que além de “O ócio criativo” também é autor de livros como “Desenvolvimento sem trabalho", "A emoção e a regra" e "O futuro do trabalho".
Na palestra, ele destacou a nova sociedade como centrada na produção de bens imateriais: estética, valores, informação, criatividade.
E atirou na publicidade e na necessidade do “ter”.
“O consumismo é um vírus que está matando o capitalismo. A publicidade cria necessidades por coisas inúteis, os bancos financiam nossos desejos e a produção industrial faz bens obsoletos. Tudo isso com a ideia que é possível uma produção infinita em um mundo que é finito”, expôs o sociólogo.
Em mais de uma hora de conferência, o italiano também falou sobre os novos modelos de comportamento para busca de melhor desempenho no trabalho e na vida pessoal, e enfatizou o conceito sobre tempo livre.
A reflexão, segundo De Masi, se propõe a responder a questão do cineasta Woody Allen: “De onde viemos? Para onde vamos? O que vamos comer hoje à noite?”.
COMO SERÁ O AMANHÃ?
Além disso, o sociólogo apresentou resultados parciais de uma pesquisa que está aplicando na China, Itália e Brasil para projetar como será o mundo em 2020.
Para ele, o país tem de criar um novo modelo de vida, de cultura e de economia, pois ainda está impregnado pelo modelo de vida norte-americano e precisa aproveitar a fase eufórica de desenvolvimento.
“Vocês têm três qualidades: a leveza para viver, a propensão à curiosidade e o amor pela flexibilidade. Precisam aplicar isso a um novo modelo e acrescentar mais orgulho”, sugeriu.
Atualmente, De Masi é professor da Universidade de La Sapienza de Roma e presidente da Escola de Especialização em Ciências Organizativas, a S3 Studium.