
Dados permitem encarar o jogo de outro jeito. Foto: Corinthians.
O Corinthians fechou um contrato com a multinacional americana Stats para usar a tecnologia de acompanhamento de jogadores Stats SportVU e o software de análise Prozone3.
Em nota, a Stats não chega a destacar o fato, mas aparentemente o Corinthians é o primeiro cliente brasileiro da companhia e um dos poucos no mercado de futebol.
A Stats é uma potência nos Estados Unidos, onde as suas tecnologias da empresa são usados por todos os 32 times da liga de futebol americano e de basquete e por 28 dos 30 da de beisebol.
A empresa está no mercado desde o começo dos anos 80, tendo começado apenas coletando informação, os chamados scouts. Nos últimos anos, tem diversificação sua atuação com softwares mais sofisticados.
O Stats SportVU é um sistema ótico de acompanhamento de jogadores que segue as posições dos atletas e da bola 25 vezes por segundo.
A tecnologia foi criada inicialmente para futebol por pesquisadores israelenses, mas decolou nos Estados Unidos após um acordo com a NBA em 2008.
Já o Prozone3 é um produto de analytics adquirido pela empresa ainda no ano ado.
O negócio com a Corinthians é uma tacada e tanto para a Stats, que obtém visibilidade da marca para os 30 milhões de torcedores do clube (a segunda maior torcida do país, atrás apenas do Flamengo).
Além de atender clubes, a Stats também faz negócios com meios de comunicação, e, talvez mais importante, as chamadas fantasy leagues, um negócio que começa a decolar no Brasil (como você está no Cartola?) mas já é uma indústria bilionária nos Estados Unidos.
Com uma maior liberalização dos jogos de azar no Brasil no horizonte de curto prazo, a chegada ao país faz ainda mais sentido.
O Corinthians não é o único clube brasileiro a investir em tecnologias analíticas mais avançadas nos últimos tempos.
O Grêmio realizou um projeto similar usando o banco de dados em memória Hana da SAP, com dados da Opta, outra fornecedora de informações esportivas.
Uma era esportiva high tech parece vir por aí. Mas fãs dos aspectos mais folclóricos do futebol, um esporte onde mística e superstição ainda tem um peso significativo, podem se regojizar com as dificuldades enfrentadas pela nova abordagem tecnocrática.
Antes da última Euro, por exemplo, a Stats usou toda sua base de dados e fez uma simulação dos resultados da competição.
Cada jogo foi simulado pelos algoritmos da empresa nada menos do que 10 mil vezes, mais do que poderia fazer o mais febril dos torcedores.
Com base nesse poderio tecnológico todo, a empresa previu a Alemanha campeã, com a França segunda colocada e a Espanha em terceiro.
Acertou um palpite de três, o que não está mal, mas ainda precisa melhorar muito.