
Laércio Cosentino segue na liderança da Brasscom. Foto: Divulgação.
A Brasscom, entidade empresarial da área de TI mais influente do país, decidiu manter todo o conselho de istração para o biênio 2022-24.
Com 13 integrantes, o conselho é liderado pelo co-fundador da Totvs, Laércio Cosentino.
O quadro de vice-presidentes é formado por Benjamin Quadros, da BRQ; Maurício Cataneo, da Unisys; José Formoso, da Embratel; e Luiz Mattar, da Tivit, reconduzidos a mais dois anos de mandato.
O mesmo ocorre com os demais membros do Conselho: Tânia Cosentino, Microsoft, Cleber Pereira de Morais, Amazon; Marcelo Braga, IBM; Leonardo Framil, Accenture; Maurizio Mondani, Capgemini; Ricardo Scheffer, Sonda; e Sun Baocheng, Huawei.
Como dá para ver, a gestão da Brasscom é la crème de la crème (apreciem o francês) do setor de TI nacional.
Isso é assim porque a participação no conselho da Brasscom é restrita às associadas fundadoras e plenas, que pagam as maiores anuidades e só podem indicar representantes que ocupem o cargo de presidente ou responsável pela operação e negócios da empresa no Brasil.
A Brasscom não deu maiores explicações sobre o motivo da decisão de não mexer em ninguém no seu conselho.
A reportagem do Baguete apostaria que a escolha tem que ver com uma decisão chave no governo em nível federal prevista para 2023: a desoneração da folha de pagamentos.
No finalzinho de 2021, o governo federal sancionou uma lei prorrogando o benefício da área TI e outras até 2023.
A desoneração da folha permite às empresas de tecnologia pagar 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários.
É uma troca especialmente benéfica para empresas com muitos funcionários e médias altas de salários, como as associadas da Brasscom, que não por acaso montou uma campanha de lobby sem precedentes em prol do prolongamento da medida.
Introduzida em 2013 pelo governo Dilma Rousseff (PT), a medida é vista como vital para a manutenção de empregos com carteira assinada no setor pelos seus defensores no setor empresarial, e como um desperdício monumental de dinheiro pelos críticos na Receita Federal.
Seja como for, Bolsonaro jogou a decisão sobre a continuidade da política para o próximo governo, quando a briga deve começar novamente do zero.