
Foto: Divulgação
A CMPC, multinacional chilena de celulose, está preparando um investimento de R$ 24 bilhões no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Barra do Ribeiro, município localizado a 60 quilômetros de Porto Alegre.
A pequena cidade de 12,5 mil habitantes já é sede da Barba Negra, fazenda da CMPC, e foi escolhida para receber a nova unidade industrial da empresa, com capacidade anual de 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto.
Possivelmente um dos maiores investimentos privados da história do estado, a iniciativa é composta por quatro eixos principais: o estímulo à silvicultura produtiva; a ampliação das áreas de plantio de eucalipto; melhorias na infraestrutura rodoviária e portuária do estado; e a proteção e valorização da reserva natural da região a partir da criação de um parque ecológico.
O terceiro pilar prevê a duplicação de 376 quilômetros da BR-290, entre Eldorado do Sul e Rosário do Sul, e a finalização da duplicação do trecho sul da BR-116, por exemplo.
Também será instalado um novo terminal de uso privado no porto de Rio Grande, o que deve contribuir para a ampliação do uso da hidrovia do estado. Hoje, a CMPC é responsável por 44% do volume total transportado por esse modal.
O principal objetivo é tornar o local referência em preservação, biodiversidade e estudos ambientais. Pensando nisso, a área será aberta para visitação e turismo.
“Nosso objetivo é implementar um projeto completamente inovador e pioneiro em tecnologias de produção amigáveis ao meio ambiente, em gestão de resíduos, controle da emissão de gases e uso racional de recursos. Tudo será desenvolvido com o máximo respeito à natureza e à população do município de Barra do Ribeiro. Seremos referência mundial em sustentabilidade", explica Francisco Ruiz-Tagle, CEO do Grupo CMPC.
Hoje, a fazenda da companhia em Barra do Ribeiro possui um viveiro de mudas, um centro de pesquisas de aprimoramento genético de eucaliptos e promove estudos sobre a fauna e flora locais.
Agora, a CMPC assume ainda o compromisso de priorizar a contratação de fornecedores gaúchos. Ao todo, devem ser gerados cerca de 12 mil empregos durante as obras, conforme aponta o site Amanhã.
Para dar continuidade aos trabalhos, a chilena já encaminhou uma solicitação de licença prévia à Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul, a Fepam. Com a autorização em mãos, a empresa poderá realizar avaliações e estudos técnicos.
Criada originalmente em 1920 em Santiago, no Chile, a CMPC está presente no Brasil desde 2009, quando a companhia comprou a unidade da Aracruz Celulose em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre.
Foi o começo de um ciclo de investimentos no qual a empresa colocou R$ 5 bilhões em recursos que permitiram quadruplicar sua capacidade de produção.
No ano ado, a CMPC lançou um fundo global de US$ 100 milhões para investir em startups, parcerias com outras empresas e universidades.