
CIOs estão apertando o cinto. Foto: flickr.com/photos/reallyboring
Os CIOs brasileiros gastaram apenas 37% dos investimentos previstos este ano no primeiro semestre.
É o que aponta um levantamento do IT Data, em parceria com o Instituto Sem Fronteiras, junto a 860 responsáveis pela área de informática em empresas de todos os portes.
Segmentos como indústria, agronegócio e governo foram os que mais retiveram investimentos, diz o IT Data, sem abrir números por área.
A pesquisa tinha por objetivo avaliar o impactos da crise econômica mundial nos investimentos de TI este ano.
Apenas 34% dos entrevistados afirmaram que até o momento não houve nenhuma interferência nos investimentos programados para este ano, 49% mencionaram que houve alguma alteração e 17% que foram muito afetados.
Apesar de os orçamentos previstos para este ano terem crescido entre 8% e 9% em Reais nas empresas, alguns fatores interferiram na capacidade de novos investimentos.
O valor do dólar subiu de R$ 1,76 no começo do ano para acima de R$ 2 em setembro. Como os preços de hardware e software possuem forte influência do dólar, a capacidade de compra das empresas foi reduzida, avalia o IT Data.
Com relação às medidas que os responsáveis pela área de informática estão tomando, 1% dos entrevistados mencionaram redução de quadro de funcionários da área de TI.
Porém, 21% cancelaram ou adiaram novos investimentos e outros 29% estão renegociando contratos com fornecedores.
“As empresas estão tendo que lidar com a falta de mão-de-obra qualificada. Houve um aumento dos salários acima da inflação, principalmente nos últimos dois anos. O corte de funcionários é a última alternativa das empresas”, explica Ivair Rodrigues, diretor da IT Data.
De acordo com o especialista, o aumento da folha de pagamento interfere na capacidade de seus investimentos.
Em 2011, 48% do orçamento de TI das companhias eram destinados a despesas internas (mão-de-obra, despesas istrativas) e 52% a investimentos. Este ano, o quadro foi o oposto: 52% destinam-se a despesas internas e 48% a investimentos.
“Há uma perspectiva melhor dos investimentos neste segundo semestre, mas isto vai depender da melhoria do quadro econômico e as perspectivas para 2013”, afirma Tatiane Ramos, Gerente de Pesquisas do Instituto Sem Fronteiras.