
Carlos HeinenFoto: Divulgação
O sistema tributário brasileiro está “todo errado”, com uma política que atrasa o país no mercado internacional e requer medidas drásticas para buscar uma solução por parte do empresariado.
Entre tais medidas, o depósito em juízo de pagamentos de tributos para obrigar à aplicação correta dos mesmos.
A crítica ácida foi disparada nesta segunda-feira, 16, pelo presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), Carlos Heinen.
Tudo errado
“Certos estados atribuem ao ICMS de determinados produtos um valor muito superior ao preço com que ele será comercializado. É o puro interesse na arrecadação. Os estados fazem o que bem entendem quanto à tributação. Tributariamente, está tudo errado neste país”, afirmou o dirigente.
O gestor propôs que o empresariado de Caxias lute com artilharia pesada contra o que definiu como “fúria arrecadatória”.
“Vamos depositar todo e qualquer tipo de tributo em juízo enquanto não tivermos a real aplicação dos mesmos. Estaremos em dia fiscalmente, mas será um recado ao maior e mais eficiente esquema de arrecadação que existe no mundo”, sugeriu.
Ainda conforme o dirigente, a tão falada Reforma Tributária carece do interesse dos próprios estados, o que torna a atividade produtiva brasileira “inviável”.
Heinen culpa este sugerido desinteresse dos estados na reforma como causador, por exemplo, dos embrólios nas fronteiras.
“Não podemos mais conviver com cargas paradas nas nossas fronteiras interestaduais em virtude de decisões pontuais de cada Secretaria da Fazenda”, opinou.
Arregaçando as mangas
Para o presidente da CIC, a situação é limítrofe e requer mais atitude do que discurso.
“Vamos nós fiscalizar a receita dos nossos tributos, e não o contrário”, disparou o dirigente. “Os empresários estão cansados de conviver com esta situação, é hora de dar um basta”, completou.
Imposto: primeiro eu
O presidente da CIC encerrou a declaração com um desabafo.
“Ai do empresário que não se mostrar gerador de riqueza, empregos e, em primeiro lugar, de tributos”, lamentou Heinen. “É inissível aceitar que, para o governo, a atividade empresarial exista,primeiro, para gerar impostos, depois, para gerar empregos e qualidade de vida”, finalizou.