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Blackberry foi um ícone da telefonia móvel. Foto: Pexels
Os celulares da marca Blackberry deixaram de funcionar nesta terça-feira, 4, marcando o fim de uma era na telefonia móvel.
Os aparelhos, objetos de desejo nos anos 2000, perderão funções com o ar do tempo e a companhia não dará mais e ao seu sistema operacional, ou falhas relacionadas com chamadas de voz, envio de SMS e navegação na internet.
A Blackberry lançou a última versão de seu software em 2013, seguiu realizando apenas atualizações e interrompeu os lançamentos de dispositivos com o nome Blackberry entre 2016 e 2020.
"A partir desta data, os dispositivos que executam esses serviços legados e software por meio de operadoras ou conexões Wi-Fi não funcionarão mais de forma confiável, incluindo dados, chamadas, SMS e funcionalidade 9-1-1", disse a empresa em um comunicado datado de 22 de dezembro de 2021.
Os modelos com sistema Android lançados em 2020 e que nunca tiveram a popularidade ou o status da linha original, devem continuar funcionando normalmente.
O Blackberry era um símbolo de status e fez muito sucesso entre executivos, em uma época na qual responder e-mails rapidamente pelo celular dava uma aura de importância e era algo para poucos.
Escrever texto no Blackberry era facilitado pelo teclado integrado, uma novidade em um mundo no qual touchscreens ainda não eram o padrão.
A satisfação de dar respostas instantâneas em qualquer lugar dava um toque aditivo para o aparelho, que chegou a ser apelidado de Crackberry nos Estados Unidos.
Um dos usuários símbolos foi o ex-presidente Barack Obama, que lutou para manter uma versão simplificada de seu Blackberry depois de ser eleito em 2008.
O aparelho lançado em 2000 trazia agenda eletrônica e rede 2G, podendo ser considerado um dos primeiros smartphones.
A decadência do Blackberrys começou em 2007, com o surgimento dos primeiros iPhones. O celular da Apple logo se tornou o objeto de desejo, tornando o Blackberry um produto de nicho com o ar dos anos.
Posteriormente, a companhia enfrentou a ascensão do sistema Android, bancado pelo Google, que barateou as funcionalidades dos smartphones para um público de massa.
De acordo com o The Guardian, a marca detinha 20% do mercado global de smartphones em 2009 mas foi ultraada em 2010 por smartphones com a tela touchscreen.
Nos últimos anos, a Blackberry se transformou em um negócio de segurança cibernética, aproveitando um dos pontos fortes dos seus produtos. O faturamento ficou em cerca de US$ 1 bilhão em 2020.