
Foto: Divulgação
Com um investimento total previsto em R$ 5 milhões, a cidade de Caxias do Sul está implementando um sistema de informações geográficas, visando à informatização do planejamento urbano.
Na prática, tudo o que está na topografia do município – das medidas de aclives e declives da cidade, aos canos e postes de luz – será transformado em bit e incluído num banco de dados para consulta.
Segundo José Aquiles Susin, ex-diretor geral de TI da prefeitura caxiense e atualmente licenciado para concorrer à eleição em Vacaria, a interface terá duas vias: do mapa para os dados, e dos dados para o mapa.
Na prática, quem consultar o sistema pelo mapa, poderá ter o às tabelas dos locais consultados. E quem começar a pesquisa pelas planilhas, será redirecionado para o mapa em um clique.
Tudo pensado, diz Susin, para facilitar o planejamento urbano e agilizar processos como concessões ambientais.
POR QUÊ?
“Imagina que é necessário reformar uma escola e eu quero saber o perfil dos alunos para saber quem os atenderá. Bastará eu clicar nela sobre o mapa que eu vou saber onde moram os alunos das séries primárias até o segundo grau, e vou poder reforçar as instituições que mais provavelmente receberão esse contingente”, ilustra.
O mesmo exemplo serve para o controle de vida útil das lâmpadas e até a tomada de decisão sobre recapeamentos e asfaltamento de ruas. No sistema será possível, por exemplo, saber se há canos ou dutos de serviços cujo o seria dificultado por determinado pavimento na via pública.
“Sem falar em evitar furar cano”, brinca Susin.
TENTATIVA FRUSTRADA
O gestor relembra que as primeiras tentativas para a implementação de um sistema de geo- referenciamento tiveram início em 2002, “quando eu nem estava na prefeitura”, ressalta.
Na ocasião, teria havido problemas com o dimensionamento do contrato, e o projeto não andou. No final de 2009, começou novamente o processo, com a formação de uma equipe e o planejamento do programa.
“Trabalhamos em cima do PMI como metodologia e, em 15 de maio (de 2012), lançamos o programa para testes internos”, diz Susin.
PRIMEIROS OS
Hoje, o que existe é um software com as imagens funcionando, porém poucas informações. Ao o que as plantas e outros documentos em papel na prefeitura foram digitalizados, nem tudo virou um vetor sobre o cartograma.
“A verdade é que nunca vai ficar pronto, dado o grau de detalhamento. Sempre que houver uma obra na cidade, estaremos atualizando tudo”, reconhece o ex-diretor.
Até agora, foram investidos R$ 340 mil com software e treinamento, e outros R$ 390 mil na compra das imagens. Além disso, os arquivos foram periciados por uma consultoria especializada, para certificar-se de que estavam de acordo com o exigido no projeto.
PRA VER BESOURO
O software comprado é o ArcGIS, e as imagens chegam à precisão de 50 centímetros por pixel, compradas da GeoEye.
Com essa resolução, segundo case publicado no site da empresa, uma universidade conseguiu desenvolver o estudo sobre besouros no norte dos Estados Unidos, analisando as larvas deles com imagens de satélite.
“É fino da precisão”, diz Susin.
Para estruturar o banco de dados foi contratada a Infovic, de Porto Alegre. Somados aos gastos atuais um investimento em servidores e outros custos, o projeto deve chegar a R$ 5 milhões.
NOVA EQUIPE
Agora, uma equipe está sendo formada, com 22 pessoas, deslocadas de outros setores da istração pública municipal relacionados à cartografia, como cadastro imobiliário, urbanismo e topografia.
Junto com a TI, as regras municipais para o mapeamento de terrenos também está se adaptando. Segundo Susin, atualmente, terrenos com mais de 10 mil metros quadrados já têm que ser entregues referenciados.
Isso evitará discrepâncias entre os registros e a realidade.
“Cansamos de ver no mapa que algo media 45 metros de extensão, por exemplo, e chegar lá era 50 metros. Com a cartografia informatizada, isso acaba”, finaliza Susin.