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Cara de TI abraça bomba na Americanas 4x406x

CEO interino fez carreira na empresa na área de tecnologia e assume o caos. 423y6o

12 de janeiro de 2023 - 09:04
João Guerra. Foto: Divulgação.

João Guerra. Foto: Divulgação.

João Guerra, um profissional de carreira da Americanas com grande background em TI, foi o encarregado de assumir interinamente o comando da empresa, depois de que a revelação de problemas contábeis estourou como uma bomba na gigante de varejo e comércio eletrônico.

O profissional foi nomeado CEO interino e diretor de RI pelo conselho de istração da empresa nesta quarta-feira, 11.

A decisão aconteceu depois da divulgação pela própria Americanas de “inconsistências contábeis” em seu balanço, em um valor que pode chegar a R$ 20 bilhões.

A descoberta, numa investigação ainda em caráter preliminar, levou o CEO Sergio Rial e o CFO André Covre a renunciarem ao cargo. Os dois haviam sido empossados há apenas 9 dias.

Guerra está na Americanas desde 1991. A empresa foi seu único empregador, tirando um curto período como estagiário na área de tecnologia da Ipiranga.

A maior parte do background de Guerra na Americanas é na área de TI. Ele foi gerente de TI por 12 anos, entre 1999 e 2011, ando depois para o cargo de CTO. No último ano e meio, Guerra foi o CHRO, à frente da área de RH.

Como CHRO, Guerra vinha liderando iniciativas de porte como o programa Americanas Futuro Polo Tech, uma iniciativa que vai dar 20 mil bolsas de estudo em Ciência de Dados e Engenharia de Software.

POR DENTRO DO ESCÂNDALO

Ainda não está claro o que aconteceu. A descoberta está centrada particularmente na dívida da Americanas com seus fornecedores, que pode ter sido subestimada ao longo dos últimos anos. 

O problema (ou a fraude) está em um tipo de operação em que um banco paga o fornecedor da companhia, que a a dever diretamente ao banco.

Em fato relevante, a Americanas afirma que “não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”.

Num comunicado enviado a funcionários, a Americanas disse que tem R$ 8 bilhões em caixa e que seguirá pagando os fornecedores no prazo estipulado.

Uma fonte próxima à empresa disse ao Brazil Journal que ainda não está claro se os lançamentos que estão sendo questionados estavam numa zona cinzenta das regras contábeis ou se constituíram fraude de fato.

Mesmo para um leigo em questões contábeis, como esse repórter, parece claro que o assunto não pode acabar bem, pelo tamanho das cifras envolvidas em relação à avaliação de mercado da empresa e o seu tamanho no mundo real.

A Americanas está avaliada na B3 em cerca de R$ 11 bilhões, após uma combinação entre Lojas Americanas, o braço de varejo e B2W, onde estão os negócios de comércio eletrônico. 

Nos primeiros nove meses de 2022, a companhia movimentou R$ 40 bilhões em vendas. 

O escândalo vai respingar sem dúvida na PwC, uma das maiores empresas de auditoria contábil do mundo, que aprovou o último balanço da Americanas sem ressalvas há apenas três meses.

Com um pouco menos de visibilidade que os auditores, também devem ser afetados os fornecedores de software empresarial de gestão e soluções específicas para balanço que uma grande empresa como a Americanas usa.

Parte do pitch das empresas de tecnologia desse nicho é que usar soluções suas é uma sinalização para o mercado da consistência dos dados dentro da empresa - o exato contrário do que parece estar acontecendo na Americanas.

Na avaliação do Brazil  Journal, a situação deve ter inclusive consequências para o varejo como um todo, na medida em que os investidores podem ficar desconfiados e questionar se as mesmas práticas contábeis estão sendo adotadas em outras empresas.

As ações livres no mercado da Americanas estão principalmente na mão de investidores internacionais, incluindo a Blackrock, Vanguard e o Wells Fargo, levando o escândalo muito além das fronteiras nacionais.

Em redes sociais, a brincadeira de muitos usuários é que o balanço da Americanas conseguiu ser mais caótico do que a organização dos produtos em muitas lojas. Uma séria crise de imagem. 

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