
O primeiro é a disponibilidade crescente de dinheiro para negócios inovadores no mercado, resultado da entrada no jogo de fundos de pensão Previ e Petrus. Um exemplo é o lançamento do sexto fundo para investimento em pequenas e médias empresas da CRP Companhia de Participações, que contará com R$ 60 milhões – o maior já montado pela organização. Serão escolhidas 15 corporações com faturamento de até R$ 50 milhões por ano da região Sul e São Paulo. Um dos segmentos alvo é o de telecomunicações. Todos os fundos existentes nos país, geridos por mais de 60 empreendimentos, mobilizam cerca de R$ 1 bilhão.
O segundo é a criação do Bovespa Mais, operação da bolsa de valores paulista destinada a promover a introdução no mercado de ações de companhias de médio porte. Digitel, Bematech, Eletrônica, Microsiga, M e Teikon seriam candidatas claras, segundo o presidente da Abvcap, Álvaro Gonçalves. “São organizações que já aram por um primeiro momento no qual colocaram a operação de pé e agora estão consolidas e prontas para a abertura do capital”, avalia.
A gaúcha Teikon – que, assim como a Digitel, tem a CRP entre seus acionistas - planeja sua entrada dentro dos próximos dois anos, informa o presidente da empresa, José Adil Albrecht. “Nosso sistema de gestão garante a transparência e o alinhamento à governança corporativa necessária”, avalia. No Bovespa Mais, as organizações ficam numa espécie de vitrine, sem necessidade de vender ações. O o seguinte é o Novo Mercado, onde a inclusão de investidores externos é progressiva, com o compromisso de chegar a 25% em sete anos.
Adil avalia o Bovespa Mais como um ganho para a economia brasileira. “Isso vai facilitar a venda das participações compradas pelos fundos e a circulação do capital. Um dia chegaremos ao modelo americano, no qual mesmo start ups com uma idéia e um produto podem obter financiamento”, prevê o empresário.
A Teikon está bem cotada. Durante palestra no evento, o conselheiro de istração do Instituto Brasileiro de Governança Coorporativa, Mauro Cunha, teceu elogios à istração do empreendimento. “Eles souberam diferenciar bem a gestão do investidor, não ficando dependentes do Private Equity. Estão mais do que prontos para a Bovespa”, apontou Cunha.