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Uber está atendendo demanda reprimida, diz Cade. Foto: Foto: Mike Dotta/Shutterstock.com.
O Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade), divulgou nesta segunda-feira, 14, o seu parecer sobre a participação do Uber no mercado brasileiro, afirmando que o aplicativo não interferiu de forma significativa no segmento local de táxis.
De acordo com o estudo, feito pelo DEE do Cade, o serviço na verdade serviu para a atender uma demanda reprimida de um público que não fazia uso dos serviços dos taxistas.
De acordo com o levantamento, chamado “Rivalidade após entrada: o impacto imediato do aplicativo Uber sobre as corridas de táxi porta-a-porta”, o uso do Uber foi comparado com outros aplicativos de solicitação de táxi como o 99taxis e Easy Taxi, que também operam na modalidade porta-a-porta.
Conduzido de outubro do ano ado até maio de deste ano, o trabalho do Cade contemplou cidades onde o serviço já operava na época, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília (grupo de tratamento), assim como outras cidades com demanda de transporte via táxi que ainda não tinham a aplicação, como Recife e Porto Alegre.
Conforme atesta o Cade no relatório, os resultados obtidos não fornecem evidências de que o número de corridas de táxis contratadas nos munícipios do grupo de tratamento tenha apresentado desempenho inferior aos do grupo de controle.
Para a entidade, durante o período examinado, o aplicativo conquistou majoritariamente novos clientes, que não utilizavam serviços de taxi, o que aponta que o serviço não necessariamente tirou clientes dos táxis, e sim gerou uma nova demanda.
"Em termos de exercícios empíricos aplicados à política antitruste, isso significa que não podemos sequer assumir, até o presente momento, a hipótese de que os serviços prestados pelo aplicativo Uber estivessem no mesmo mercado relevante dos serviços prestados pelo 99taxis e Easy Taxi”, diz o estudo.
A tendência, de acordo com o DEE, é que a rivalidade entre os serviços de caronas pagas e de corridas de táxis cresça ao longo do tempo, fomentando a competição entres os agentes econômicos e possibilitando mais opções aos consumidores.
O parecer do Cade coloca mais lenha na fogueira da discussão entre taxistas e o Uber, que gerou diversas polêmicas por todas as cidades onde o serviço ou. O caso mais recente foi o de Porto Alegre, onde motoristas do Uber chegaram a ser agredidos e fez a prefeitura estudar formas de legislar a novidade e evitar atritos com taxistas.
O Uber está operando em Porto Alegre desde o dia 19 de novembro. Desde o início das atividades na Capital, cinco veículos já foram apreendidos por transporte clandestino de ageiros. A multinacional tem bancado os custos dos motoristas multados.