
Foto: Divulgação Sateliot
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) autorizou a operação de duas empresas estrangeiras no Brasil com suas constelações de satélites de baixa órbita.
Uma delas é a espanhola Sateliot, que obteve o direito de explorar 150 satélites por cinco anos. A outra é a australiana Myriota, que atuará por 15 anos com 208 satélites.
A Sateliot operará nas frequências de 1.994 MHz a 1.996 MHz para o enlace de subida e de 2.184 MHz a 2.186 MHz para o enlace de descida, com conectividade para serviços de internet das coisas (IoT).
Já a Myriota utilizará as frequências de 399,9 MHz a 400,05 MHz (enlace de subida) e de 400,15 MHz a 401 MHz (enlace de descida), que, curiosamente, fazem parte da faixa UHF. Essa faixa possibilita à empresa um longo período de exploração.
A australiana, que tem dois anos para iniciar a operação do sistema, afirma que sua operação cobrirá 99% do território brasileiro em 95% do tempo, sem interferir nos sinais de outras companhias.
As estrangeiras, no entanto, não terão prioridade no espectro, já que a Anatel busca promover a entrada de constelações de empresas nacionais.
Atualmente, o mercado de satélites de baixa órbita no Brasil é dominado pela Starlink, de Elon Musk, que já enfrentou desafios com o governo e o judiciário nacional.
Hoje, a Starlink possui cerca de 6.290 satélites em operação na órbita terrestre, mas sua autorização no Brasil é limitada a 4,4 mil satélites.
A Amazon, considerada uma das maiores concorrentes da Starlink, recebeu autorização para operar no Brasil em 2022. Apesar dos atrasos, a empresa de Jeff Bezos prevê o lançamento de parte de seus satélites em 2025.
Sua constelação terá aproximadamente 3.236 satélites, com concessão para exploração por cinco anos.
A E-Space, uma empresa franco-americana de comunicações via satélite, obteve autorização da Anatel para operar no Brasil em 9 de setembro.
O governo brasileiro também negocia uma concessão com a chinesa SpaceSail. Juscelino Filho, ministro das comunicações, chegou a visitar a fábrica da SpaceSail na China e ofereceu a base militar de Alcântara, no Maranhão, para testes.