DISPUTA

Bradesco e C6 contra as bets 68438

Banco digital bloqueiam gasto de clientes em apostas. Bradesco aposta em dissuasão. 56o15

21 de fevereiro de 2025 - 06:17
Você quer mesmo por o seu dinheirinho aí? Foto: Depositphotos.

Você quer mesmo por o seu dinheirinho aí? Foto: Depositphotos.

O Bradesco, um dos maiores bancos do Brasil, e o C6, um dos maiores bancos digitais, tomaram medidas para diminuir o gasto dos seus clientes em sites de apostas. 

O C6 foi o que pegou mais pesado, começando a bloquear o uso do cartão de crédito ou do cheque especial para os clientes fazerem apostas. 

Com a medida, quem estiver com saldo negativo não consegue mais apostar e o cartão de crédito fica desabilitado para esse tipo de uso. 

A medida foi revelada pela Folha de São Paulo e confirmada pelo C6 em nota. O banco digital afirma estar “atento ao cenário de superendividamento da população com jogos de apostas”.

Já o Bradesco adotou uma política menos dura, se limitando a enviar uma mensagem adicional de confirmação quando o cliente tenta fazer uma transferência para uma casa de apostas por meio do Pix.  

“Apostas não garantem retorno financeiro e o dinheiro pode ser totalmente perdido. Cuide de sua saúde financeira e procure opções mais seguras para valorizar o seu dinheiro”, diz a mensagem que está sendo enviada pelo banco.

C6 e Bradesco estão seguindo a linha do Nubank, que já em janeiro começou a enviar mensagens de confirmação pelo aplicativo do banco, ainda que não para todos os clientes. 

Segundo o Nubank, o que está sendo feito é um teste para uma “pequena parcela da base de usuários”, provavelmente para descobrir se a mensagem faz alguma diferença na conduta dos clientes. 

Não é de hoje que as grandes instituições financeiras do país vem mostrando preocupação com o problema do aumento do volume de apostas.

Um estudo do Banco Central divulgado em setembro do ano ado apontava que, até aquele mês, os valores brutos recebidos pelas empresas de jogos de azar e apostas durante 2024 girava em torno, em média, de R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões por mês. 

Desse valor, o Banco Central estimava que a retenção por parte das bets fosse de aproximadamente 15%.

Para os bancos, o problema é duplo. Por um lado, o dinheiro gasto em apostas não é investido em aplicações financeiras, e, por outro, clientes viciados em jogo criam dívidas enormes, alterando toda a regra do jogo do crédito.  

Até agora, os bancos vinham fazendo pressão por meio da Febraban, a poderosa federação dos setor, visando pressionar o governo para endurecer as regras para as empresas do segmento de apostas esportivas.

A pedida era por mais regulamentação da propaganda e do o, além de mais impostos para o setor de apostas. 

A Febraban não está sozinha nessa. Um manifesto sobre o assunto contava também com s de representantes de todo tipo de entidade empresarial, indo desde a  Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) até a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), ando pela Associação Brasileira de Strip Malls (ABMALLS).

Todos têm o mesmo problema: o dinheiro que deveria ser gasto na vida real em empresas de diferentes segmentos está indo para apostas. 

(O setor de apostas também não fica parado. No ano ado, a Fiquem Sabendo, uma organização sem fins lucrativos voltada à transparência pública, revelou uma campanha gigante de lobby de representantes das empresas da área em Brasília).

Pelo visto, os bancos não estão vendo resultado nas restrições impostas pelo governo desde então e estão decidindo tentar influenciar diretamente no fluxo do dinheiro dos seus clientes. 

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