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Constantino Bäumle CEO da BITS.
A BITS, feira irmã da Cebit que começou em Porto Alegre nesta terça-feira, 14, mudou seu posicionamento estratégico.
“Falar em metros quadrados não é mais uma referência para feiras hoje em dia. Queremos oferecer uma plataforma, um ponto de encontro onde ideias possam ser trocadas e negócios gerados”, afirmou durante a abertura oficial Constantino Bäumle, diretor da Hannover Fairs Sulamérica e CEO da feira.
De acordo com Bäumle, o reposicionamento da feira começou a ser desenhado depois da última edição e incluiu uma aproximação maior com as entidades de TI do estado, através de um conselho estratégico que inclui 16 entidades e parques tecnológicos do Rio Grande do Sul.
Segundo o CEO da feira, o número de visitantes já apresentou alta de 50% em relação ao ano anterior no primeiro dia. O público esperado é de 12 mil pessoas, uma alta de 26% frente ao ano ado acima do número da primeira edição, que ficou em 10,5 mil.
O número de expositores chegou a 206, alta de 12% frente aos 183 do ano ado, mas ainda abaixo dos números da estreia, quando vieram 210. A meta divulgada no ano ado era dobrar o número.
O número total de expositores é uma métrica complicada para avaliar o sucesso comercial da feira. Um estande de 150 metros quadrados do Sebrae-SC, por exemplo, abriga 20 empresas expositoras diferentes diferentes.
Bäumle não falou em metros quadrados – afinal, o novo reposicionamento a justamente por não trabalhar com a medida – mas observando os estantes instalados o espaço vendido é parecido com o da edição anterior, na faixa dos 5 mil metros quadrados.
Em setembro de 2012, quando estava sendo iniciado um trabalho de divulgação da BITS em uma série de eventos de TI, a organização ainda falava em venda de metragem de feira a estabeleceu o objetivo de dobrar a área, para 10 mil metros.
Também não houve menção ao objetivo de trazer grandes multinacionais de tecnologia para expor na feira, até então uma constante nas metas de futuro da Cebit.
Este ano a feira introduziu patrocinadores privados como Totvs e a GetNet, empresas nacionais de grande porte, mas que não podem ser consideradas estrelas da TI como SAP, IBM, Microsoft e Dell. Sebrae, Banrisul, Governo do Estado e Prefeitura seguem apoiando o evento, como nas duas primeiras edições.
No começo desde ano, surgiu um dos primeiros anúncios que indicavam o reposicionamento, com o lançamento do espaço CIO, que trouxe 15 gestores de TI de todo Brasil para um evento privado dentro da BITS, ível apenas para empresas com estantes ou que pagassem.
O grupo inclui nomes como Cristian Cavalheiro (Getnet), Jose Antonio Costa Leal (Gerdau), Luiz Paulo Wenzel (Randon S.A), Ricardo Nizoli (Vonpar) e Roberto Woltmann (Sebrae).
O evento já contava desde a primeira edição com as rodadas de negócio da AL Invest, coordenadas pela Fiergs e teve nesse ano também desafios de desenvolvimento de games e um concurso de startups, atividades que se encaixam mais na linha de plataforma defendida por Baume e menos num conceito tradicional “feira-estande-produto”.
Durante sua fala de abertura, Bäumle deixou a data marcada para a quarta edição para 13 a 15 de maio de 2014.
O executivo, que tem mais de duas décadas de experiência em organização de feiras, já mencionou em outras ocasiões que um evento novo normalmente demora quatro edições para se consolidar. A BITS 2014 deve trazer respostas sobre o futuro da feira.
LULA ROUBOU A CENA
Com o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff em Porto Alegre para a reunião do Conselhão do governador Tarso Genro, o lançamento da terceira edição da BITS naturalmente ficou em segundo plano para todos os políticos ligados ao governo estadual.
Tarso Genro esteve na abertura da feira nos últimos dois anos, mas neste ano a autoridade máxima ligada ao governo do estado foi o presidente do Badesul, Marcelo Lopes.
Em nível municipal, a prefeitura foi representada pelo vice Sebastião Mello (PMDB), uma vez que José Fortunati estava em Brasília para uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos, da qual o gaúcho é líder.
Mello abriu seu discurso mencionando o presidente da Softsul, José Antonioni, segundo ele “uma das figuras que trabalharam de maneira mais insistente pela vinda da BITS para Porto Alegre”.
Não se sabe se Mello estava dando uma indireta ou cometendo uma gafe na frente aos organizadores.
A Softsul foi responsável nas duas primeiras edições pelo conteúdo das conferências da BITS, fato que não se repetiu na terceira edição, quando a Hanover Fairs assumiu a tarefa. Antonioni não foi ao lançamento.
Pedro Westphalen (PP), presidente da Assembleia Legislativa, também aproveitou para dar uma indireta, dessa vez inequivocamente direcionada: “A agenda de um presidente de Assembleia é cheia, mas se há um evento no qual eu nunca me faria representar é esse”, disse.
O presidente da Assembleia frisou as realizações do governo Yeda Crusius (PSDB), durante o qual foi secretário de Ciência e Tecnologia, como a aprovação em 2008 da Lei de Inovação estadual – Mello mencionou na sua fala a versão municipal, encaminhada à Câmara de Vereadores na segunda, 13.
Westphalen esteve por oito meses à frente da secretaria, período durante o qual sofreu críticas públicas de entidades do setor de TI.