
As 72 horas de suspensão dos sites da B2W não vingaram.
A interrupção das vendas online proposta pelo Procon-SP, aos sites Americanas, Submarino e Shoptime, foi derrubada por uma liminar judicial que impede os efeitos da decisão do órgão paulista.
Com validade apenas para o estado de São Paulo, os sites estariam fora do ar até sábado, 18.
A liminar foi concedida pelo juiz da 7ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, Evandro Carlos de Oliveira. Apesar de suspensa, a B2W ainda foi multada em R$ 1,744 milhão, segundo publicação no Diário Oficial do Estado.
De acordo com o Procon, o número de atendimentos a problemas com os sites da B2W saltou de 2,22 mil em 2010 para 6,23 mil em 2011. A maioria das queixas por falta de entrega ou defeito do produto.
Para o Procon, apesar de tomar ações para resolver o problema, as medidas para melhorar as entregas, não foram suficientes. Na opinião do diretor-executivo do órgão, Paulo Arthur Góes, a B2W age com descaso pelo consumidor.
“Fizemos várias tentativas chamando a empresa para o diálogo no Procon, mas o problema não foi resolvido”, comenta.
Em nota, a B2W contestou a multa e a afirmação do órgão paulista, dizendo que trabalhou intensamente para resolver as questões que afetaram os clientes no final de 2010, período abrangido pela decisão do Procon.
Além disso, a nota garante que a quantidade de reclamações foi reduzida em 28%, ao comparar o primeiro semestre de 2010 com o segundo semestre de 2011 e, ainda, em 71,6% entre os dois primeiros meses de 2012.
Para a empresa, as reclamações correspondem a menos de 1% de todas as entregas.
“Comprovado o atraso das encomendas neste percentual, não é razoável a retirada dos sites da B2W do ar, nem a multa de quase 2 milhões de reais”, disse Sergio Bermudes, advogado da B2W.
De olho na B2W
Esta não é a primeira vez que o Procon paulista tenta suspender as vendas da B2W. Em novembro, o órgão tentou desativar temporariamente a operação, mas a empresa recorreu da decisão.
Hoje, a B2W é tida como a maior varejista on-line do país, respondendo por mais de 20% das compras feitas pela internet.
Há aproximadament, oito anos os problemas de e-commerce da empresa são discutidos, mas poucas vezes as reclamações são revertidas, segundo informa Renan Ferraciolli, diretor de fiscalização do Procon.
Em 2011, foram contabilizadas 6.233 reclamações da B2W. A quantia é 180% maior do que em 2010, quando a empresa reconheceu que teve problemas logísticos graves devido a um crescimento não dimensionado das vendas.
Visando amenizar as perdas, a B2W investiu, em 2011, na melhora da logística e chegou a levantar R$ 1 bilhão dos acionistas para ampliar a capacidade.
Entretanto, as vendas cresceram apenas 2% e o comércio eletrônico como um todo teve expansão de 25% em 2011.