
Executivos da Automatos compraram o controle da Ideiasnet. Foto: Divulgação.
A Automatos, empresa paulista especializada em gestão de ativos de TI, está começando uma segunda vida, depois de uma década complicada.
Leandro Silva, CEO da Automatos e Leonardo Schumacher, diretor comercial e de marketing, compraram o controle da empresa do fundo Ideiasnet, com o pagamento a ser feito por uma porcentagem não revelada do faturamento da empresa nos próximos quatro anos.
Silva e Schumacher, assim como o time de quatro gerentes que comanda a empresa, foram contratados pela Ideiasnet ao longo dos últimos anos, depois da que o fundo adquiriu o controle da empresa.
A vida da Automatos foi uma montanha russa, com direito à criação de uma holding com outras sete empresas em 2008, através da qual a Ideiasnet queria criar um negócio de R$ 100 milhões e que afundou em um ano.
A Automatos acabou assumindo um prejuízo de R$ 7,7 milhões com o fracasso da Virtus.
Em 2012, Eike Batista dobrou sua participação na Ideiasnet para 13%, o que acabou resultando em um novo aporte de R$ 8,4 milhões na Automatos.
Um pouco menos de dois anos depois, já enrolado em problemas, Batista saiu do fundo. No final de 2015, a Officer pediu concordata.
A empresa era a maior companhia do portfólio da Ideiasnet até então uma das maiores distribuidoras de tecnologia do país. Depois disso, a Ideiasnet começou a vender o porfólio.
Em uma tentativa mal sucedida de sair da Bolsa, em julho do ano ado, o fundo disse aos acionistas que a Automatos estava em se encontram em situação financeira “bastante delicada”, com endividamento elevado, patrimônio líquido negativo e histórico de prejuízos.
De acordo com a nova direção, os termos do negócio fechado com a Ideiasnet aliviam a situação. A empresa vendeu as operações de segurança da informação e gerenciamento de serviços de TI, no qual a margem de lucro é menor, e deixou dívidas ligadas a aquisições mal sucedidas para o fundo.
A nova Automatos é uma empresa focada somente nos seus próprios produtos de gestão de ativos de TI (ITAM, na sigla em inglês) e gestão de ativos de software (SAM, idem) com um novo modelo de negócios.
"Para alcançar o crescimento esperado em 2017 o modelo comercial foi alterado para vendas indiretas, entrega de serviços e valor agregado através de uma rede de parceiros e canais certificados e capacitados", afirma Silva.
Lançado em janeiro, o programa de canais da Automatos já tem alguns nomes de peso como Unisys, Diebold, Verhaw, Stefanini, Spread, Premier IT, Arklok e Microcity. A meta é chegar a maio do ano que vem com 25 canais.
“Atendendo os requisitos do programa, os parceiros têm total autonomia e capacidade de entregar o projeto completo aos clientes, realizando o delivery com serviços de implantação, e N1/N2 e outsourcing para processos de gestão de ativos”, explica Schumacher.
A Automatos não abre detalhes do tamanho da empresa hoje em dia, informando apenas que tem 50 clientes ativos e que gerencia 1,2 milhão de ativos em sua nuvem, hospedada na Oracle.
A meta é triplicar o número de ativos gerenciados por nosso software, aumentando nosso faturamento em 50% nos próximos três anos.