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Empresas estão olhando candidatos com lupa. Foto: Pixabay.
O clima político do Brasil, com grandes empresários e executivos de empresas envolvidos em escândalos de corrupção parece ter aumentado a desconfiança das empresas na hora de contratar novos profissionais.
Pelo menos, é o que se infere de uma nota divulgada pela Kroll, gigante mundial de investigações corporativas, afirmando que a demanda por checagens de backgrounds de possíveis contratos no país aumentou 20% no ano.
A pesquisa inclui biografia, litígios e ações disciplinares ou istrativas, associações pessoais e empresariais sensíveis, além de conexões político-partidária e um pente fino em opiniões e posições emitidas em redes sociais.
“Empresas e gestores buscam cada vez mais decisões apoiadas em fatos e informações objetivas”, afirma Carlos Lopes, diretor da Kroll no Brasil. “O trabalho é coletar dados e reportá-los ao cliente. Não há recomendação nem indicação em nosso relatório”, explica Lopes.
Segundo o executivo, no Brasil prevalece o background check para níveis no topo da estrutura organizacional, como de direção para cima, mas crescem os pedidos que ampliam o escopo para posições gerenciais e de médio escalão que sejam críticas.
Pesquisa anual feita pela Kroll com executivos de diferentes setores revela que, por aqui, funcionários juniores e temporários foram juntos responsáveis por 48% das fraudes identificadas nos últimos 12 meses.
O alto escalão respondeu por 9% das indicações. “Mas embora inferior, o impacto de ilícitos nessa faixa costuma ser muito maior, principalmente o reputacional”, comenta Lopes.
A Kroll não brinca em serviço. A empresa é conhecida por fazer investigações delicadas dentro dos clientes em busca de desvios ilegais de ativos e fraudes internas.
Um exemplo foi a investigação da construtora Encol, em 1999, o maior caso de falência não-bancária da América do Sul.