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Ricardo Hinojosa. Foto: divulgação.
A Alestra, gigante mexicana de telecomunicações e serviços de TI, dona de um faturamento de US$ 400 milhões em 2013, prepara uma entrada forte no mercado brasileiro em 2015.
O primeiro o será fechar até fevereiro do ano que vem uma parceira com um data center brasileiro, no qual arão a ser hospedadadas os sistemas de clientes mexicanos da empresa no país.
“Vamos estudar aquisições para fortalecer nossa presença no país no médio prazo”, revela Ricardo Hinojosa, diretor de marketing e comunicações da Alestra.
Questionado se os planos da companhia são de seguir os os da chilena Sonda, outro player latino americano de TI que entrou no mercado brasileiro por aquisições em série (começando pela Procwork, em 2007, e fechando com a CTIS, em 2013, em um total próximo de US$ 1 bilhão), Hinojosa não nega nem confirma.
Potencial para investir no mercado brasileiro a Alestra tem. Parte do poderoso conglomerado Alfa, atuante em petroquímica, peças para indústria automobilística e alimentação dono de uma receita de US$ 15 bilhões em 2013, a companhia já é um dos maiores players de TI do país.
A Alestra tem cinco data centers no México, quatro deles Tier 4 e o último, inaugurado recentemente em Queretaro (cidade conhecida no Brasil como o novo lar de Ronaldinho Gaúcho) um centro certificado Tier 5 construido com um investimento de US$ 60 milhões.
A empresa, na qual a americana AT&T tinha uma participação de 49% até 2011, quando o Grupo Alfa assumiu o comtrole, ainda tem três quartas partes da sua receita em serviços de telecom para clientes corporativos, mas, como muitas empresas da área, tem jogado forte em serviços de TI.
Hoje, a empresa tem 40 clientes do sistema de gestão da SAP All in One rodando nos seus data centers (a Sonda é um player importante nesse mercado no Brasil), além de ter ofertas de soluções Fortinet, IBM e Symantec.
A questão é ver quão rápido a Alestra pode se tornar uma presença relevante no Brasil. Apesar de todo o seu poderio no México, onde é o sétimo maior conglomerado do país, o Grupo Alfa só tem um negócio no Brasil: uma planta da fatricante de componentes automotivos em alumínio Nemak em Betim, Minas Gerais.
O negócio foi adquirido junto com outras sete unidades da Teksid Aluminium instaladas no Brasil, Argentina, Estados Unidos, México e Polônia em 2011, por US$ 485 milhões.
Nos últimos anos, outros players de TI estrangeiros anunciaram intenções (outros tantos devem ter operado na surdina) de fazer aquisições no Brasil que até agora não aconteceram. Um exemplo são os argentinos do Grupo ASSA, que também são parceiros da SAP, e outro o da multinacional americana de serviços de TI e BPO Disys.
Hinojosa aponta como um problema a correta avaliação dos valores a serem pagos por empresas adquiridas, o que provavelmente é agravado por um vendedor querendo estabelecer um preço com base na performance dos últimos anos de aquecimento da economia brasileira e um comprador tendo em conta os resultados fracos no PIB previstos para os próximos anos.
Outro fator é a questão trabalhista. Com muitas empresas de TI apostando em contratos PJ,CLT Flex e outros bichos, muitas vezes as compras são detidas pelo potencial ivo judicial representado pela mão de obra. A situação se agrava pelo fato de que muitas das empresas mais estruturadas já foram adquiridas.
* Maurício Renner viajou ao México a convite da SAP.