
Os serviços de valor agregado (VAS) incrementaram as receitas de operadoras de todo o mundo em 2009. Só no Brasil, os ganhos com essa frente de negócios totalizaram R$ 8 bilhões, crescimento de 40% sobre o ano anterior.
É o que indica o estudo Monitor Acision de VAS Móvel (MAVAM), realizado pela Acision e Teleco em fevereiro de 2010 junto a usuários de celulares do Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo, cidades que concentram 26% dos telefones móveis do país.
Segundo o levantamento, entre 2008 e 2009, os países que apresentaram maior crescimento em VAS móvel na América Latina foram Venezuela (52%), Brasil (41%), Argentina (38%) e Chile (28%).
“As operadoras estão e continuarão ampliando seu leque de serviços cada vez mais para compensar a perda de receitas com voz”, afirma Rafael Steinha, presidente para América Latina da Acision. “Se compararmos a AL ou apenas o Brasil com países como os EUA, onde a receita de VAS móvel atingiu expansão de 39% em 2009, temos ainda mais certeza de que o crescimento na região será inevitável”, complementa.
Presente
Conforme o estudo, a SMS foi o serviço mais popular no Brasil no período avaliado, com uma média de 81% dos usuários. A média de envio das mensagens de texto chegou a 23 SMS/celular por mês, contra 16 da edição de 2008 da pesquisa.
Quanto à Internet, o relatório mostra que usuários de smartphones são os que mais usam a web móvel: 10% aram a rede por estes dispositivos no período avaliado, contra 4% dos demais tipos de telefones móveis.
A pesquisa também confirma a popularidade dos serviços de entretenimento no celular. Música e ringtones lideram o ranking de s, com a preferência de 56% dos usuários de celular.
Futuro
Quanto a tendências, o estudo MAVAM indica que o uso do celular para realização de pagamentos e operações bancárias será uma das áreas mais exploradas pelo segmento de VAS nos próximos meses.
No Brasil, especificamente, os serviços com maior demanda nos próximos meses deverão ser, em ordem: mobile payment, mobile ticketing, mobile banking e mobile money transfer.
“De qualquer forma, o uso desses serviços no mercado brasileiro ainda é pequeno – só 5% dos usuários fizeram pagamento pelo celular nos últimos três meses e 7% aram algum banco por meio desse dispositivo no mesmo período”, afirma Steinha.
Por outro lado, segundo ele, a aceitação é grande: 71% dos entrevistados afirmaram que utilizariam o celular como cartão de crédito ou débito.
O que falta
No país, as principais barreiras para o aumento da adesão a estes serviços são: segurança (59%), medo de ser clonado (15%), falta de conta em banco (12%), medo de ser roubado e descobrirem a senha do celular (11%), ideia de que aumentarão a conta ou gastarão mais créditos (8%) e preferência para ir às agências bancárias (7%).
“Na realidade o que falta aos usuários é conhecimento. Se as operadoras, bancos, corretoras, operadoras de cartão e companhias do setor de tecnologia se unirem e divulgarem os benefícios e as vantagens de usar o celular como meio de pagamento, a adesão será maior”, finaliza Steinha.