
A coisa está preta na Abril. Foto: Pixabay.
O Grupo Abril, uma das maiores empresas de mídia do país, decidiu chamar um CEO de fora para tentar salvar a empresa, atualmente dando prejuízo e endividada.
O escolhido é Marcos Haaland, diretor-executivo na consultoria Alvarez & Marsal no Brasil.
Com a entrada, sai Giancarlo Civita, da família controladora, que a para o conselho. Civita estava há quatro meses na posição de CEO, substituindo Arnaldo Figueiredo Tibyriçá, que também durou só quatro meses no cargo.
Em nota, a Abril destacou que o grupo "está iniciando uma nova fase de seu processo de reestruturação operacional" e que a família "continua no controle da empresa com sua posição acionária inalterada".
Os problemas da Abril são sérios: de acordo com o Estadão, a dívida da empresa bate no R$ 1,3 bilhão e um prejuízo foi de R$ 331 milhões no ano ado.
A entrada da Alvarez & Marsal foi precedida por rumores na últimas semanas de que a Abril estaria preparando um grande corte de pessoal, fechando revistas para focar-se em três títulos de peso: Veja, Exame e Cláudia.
Nos últimos anos, a Abril já vem se livrando de ativos: vendeu a Elemidia, sua empresa de mídia out-of-home, para a empresa de investimentos em private equity Victoria Capital Partners, e mais 17 de suas revistas para a Editora Caras, entre elas, AnaMaria, Arquitetura & Construção, Contigo, Placar, Ti-ti-ti, Você RH e Você S/A.
Outro movimento chamativo foi a mudança do seu tradicional prédio no bairro Pinheiros em São Paulo por uma sede mais modesta no Morumbi ainda neste ano.
A Alvarez & Marsal é conhecida no mercado de consultoria pelo seu trabalho no chamado “turnaround management”, uma forma bonita de dizer “salvar empresas que estão numa fria”.
A empresa é pouco conhecida no Brasil, mas tem grandes cases no exterior, incluindo o banco Lehman Brothers e a varejista Target. Na área de mídia, a empresa ajudou a tirar da falência Tribune Company, um grande grupo de mídia americano sediado em Chicago.