PILARES

A Tríade do Protagonista, por Carlos Busch 583v60

O ex-VP da Salesforce América Latina palestrou no Seminário Executivo Sucesu-RS. t5as

29 de abril de 2022 - 12:22
Carlos Busch. Foto: divulgação.

Carlos Busch. Foto: divulgação.

A Sucesu RS promoveu na última quinta-feira, 28, o seu primeiro Seminário Executivo de 2022. Para o evento tradicional da comunidade de TI gaúcha, trouxe como keynote Carlos Busch, ex-VP da Salesforce América Latina e atual executivo do Grupo Primo.

Para a plateia formada pelos CIOs das principais empresas do Rio Grande do Sul, o convidado apresentou a palestra Tríade do Protagonista, na qual destaca três pilares que identificou estarem presentes no sucesso de pessoas e empresas:

1. Contexto

O primeiro pilar da tríade listada por Busch é o contexto. O executivo destacou que uma solução pode ser muito boa, mas isso não é suficiente se não houver público para consumí-la.

A literatura, por exemplo, era copiada a mão e muito exclusiva até invenção da prensa de Gutenberg, que permitiu a impressão. Os livros, no entanto, só ficaram íveis cerca de 15 anos depois — simplesmente porque a maioria das pessoas não sabiam ler.

Na história mais recente, um profissional que teria se beneficiado do contexto foi Ayrton Senna. Na época em que o piloto competia, o Brasil não tinha títulos no futebol há quase 30 anos e estava com uma inflação de quase 200%. Com Senna, o domingo ficou consagrado como um dia de esperança no país.

“As pessoas acordavam de madrugada não porque amavam a Fórmula 1, elas amavam ser representadas. Automaticamente, um contexto tão negativo fazia com que alguém que fizesse uma coisa fora da média fosse muito bem recebido”, explicou o executivo.

No mundo corporativo, Busch citou a Apple e a Amazon, que criaram novos contextos para os seus segmentos. A primeira trouxe uma solução para acabar com a necessidade de compra de CDs, enquanto a segunda construiu uma mentalidade de que era possível comprar pela internet.

A empresa de Jeff Bezos começou em 1994 vendendo livros, um produto com boa aceitação, não perecível e de fácil armazenamento. Depois de mostrar na prática que a compra on-line não daria “dor de cabeça”, abriu as portas para a venda de qualquer outra coisa.

Outro exemplo trazido pelo ex-VP da Salesforce é Nubank, que inovou ao disponibilizar on-line as transações do cartão de crédito.

“Há alguns anos atrás, a gente ficava esperando chegar a fatura do cartão e rezando para saber se aquela cobrança ia entrar ou não, porque não tínhamos o. O que o Nubank fez foi isso: o contexto era negativo, ela foi lá e aproveitou a oportunidade”, destacou.

Na visão de Busch, até mesmo o metaverso estaria ganhando força por conta do contexto favorável. Há 10 anos atrás, surgiu o ambiente Second Life, que não teve o mesmo impacto porque o contexto teoricamente não era bom.

2. Propósito

O segundo ponto trazido pelo profissional foi o propósito, o que ele define como a atividade-chave da empresa, aquilo que ela nunca pode deixar de fazer.

“É o quanto a gente tem de propósito, o quanto a gente não esquece o que nos trouxe até onde estamos. Às vezes esquecemos, chega um e-mail torto de manhã e mudamos o propósito, não pode”, explicou. 

Para o executivo, Ayrton Senna também representa esse pilar, pois estava no contexto certo com o propósito certo.

No mundo corporativo, o palestrante destacou Apple, Lululemon (de vestuário esportivo) e Warby Parker (do setor de ótica). As companhias que não têm metas de vendas e, mesmo assim, estão no top quatro das marcas que mais vendem por metro quadrado no mundo. Para Busch, o que as três empresas têm em comum é o propósito.

3. Experiência

Por fim, Busch destacou que a sociedade industrial foi formatada para que as pessoas estivessem sempre na média, somente executando o que foi pedido e sem pensar diferente. Esse sistema se aplicou tanto à linha de produção quanto à escola, por exemplo.

“O que mudou nos últimos anos é que a gente saiu do modelo em que tudo era destinado para a indústria. Hoje tudo é destinado ao consumidor. Ser produtivo já ou a fase, agora eu tenho que gerar experiência”, salientou.

Para o executivo, gerar experiência significa dar conveniência, conseguir a atenção dos clientes e, fundamentalmente, ter a confiança deles. 

“Confiança é meio que a base da sociedade, por isso que as relações com seguradoras e bancos são de confiança. Alguém não tinha confiança no Ayrton Senna quando ele ia competir? Ele podia perder e a gente tinha a melhor experiência igual”, exemplificou.

Quando se compra um vinho, por exemplo, o consumidor começa a ser bombardeado por anúncios do tipo de produto. A empresa só oferece, sem perguntar se o cliente toma vinho, se gostou ou não, ou se está comprando um presente.

“Isso não é experiência, não é conveniência, não é conseguir minha atenção. Não seria mais fácil ela se relacionar comigo sabendo que eu compro vinho de presente?”, questionou.

Para o palestrante, com a união dessas variáveis é possível começar a entender onde é possível se diferenciar no mercado.

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