
Vista aérea de Taboão da Serra. Foto: Wikimedia Commons.
Taboão da Serra, uma cidade de quase 300 mil habitantes na região metropolitana de São Paulo, sofreu um ataque de ransomware e está com seus sistemas fora do ar desde a sexta-feira, 27.
Segundo nota divulgada pela prefeitura do município, todos os sistemas foram comprometidos e estão inoperantes. Não há uma previsão de retorno.
Ainda de acordo com a prefeitura de Taboão da Serra, os criminosos virtuais, após a invasão, sequestraram os dados dos servidores, incluindo os de backup, e exigiram um pagamento de valor não revelado em bitcoins para desbloquear e dar novamente o aos dados.
Ataques cibernéticos a prefeituras têm acontecido com mais frequência nos últimos tempos.
As vítimas incluem cidades de todo tamanho, o que pode ter a ver com a natureza automatizada dos softwares que coordenam os ataques.
No ano ado, 13 unidades de saúde da prefeitura do Rio de Janeiro sofreram um ataque de ransomware.
Na outra ponta, também foram sequestrados quatro sistemas usados pela prefeitura de Candiota, uma pequena cidade de 10 mil habitantes no Rio Grande do Sul.
Outros hackers realizam ataques tendo como alvo os sistemas financeiros, o que oferece mais chance de sucesso que um pedido de resgate.
Em março de 2020, hackers invadiram 10 contas bancárias da prefeitura de Imbuia, uma cidade de 6 mil habitantes em Santa Catarina, conseguindo roubar R$ 2 milhões.
O Brasil tem 5,5 mil municípios, muitos com uma gestão muito precária da sua área de TI.
De acordo uma pesquisa de 2014 do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) com 334 municípios brasileiros, mais da metade deles (54%) não tinham nem sequer um departamento ou área de TI dedicados.
Uma área do tipo é coisa de cidades grandes apenas. Entre as questionadas com mais de 500 mil habitantes, todas tinham áreas de TI. Ao todo, o país tem cerca de 40 cidades desse tamanho.
O levantamento já é algo antigo, mas parece difícil de se acreditar que a situação tenha melhorado consideravelmente desde então.