
Funcionários da Stefanini. Foto: Divulgação.
O Sindpd ameaça organizar uma greve na Stefanini, uma das maiores empresas de tecnologia do Brasil.
O sindicato paulista de profissionais de TI divulgou uma nota nesta quinta-feira, 27, com o título: “Após greve vitoriosa na Qintess, sindicato mira gigante Stefanini”.
No texto, o Sindpd apresenta as reivindicações dos funcionários da Stefanini, encerrando com a frase: “Uma greve não está descartada”.
Uma paralisação poderá ser definida em uma plenária virtual dos funcionários pelo Teams da Microsoft, a ser organizada no próximo dia 9 de maio, às 19h.
A principal pauta do sindicato é o pagamento de participação nos lucros e resultados para todos os funcionários (hoje, apenas gerentes ganhariam PLR na Stefanini).
“Provas obtidas pelo Sindpd demonstram que a empresa agraciou seus gerentes e supervisores - geralmente aqueles que esfolam as equipes - com PLRs nos anos de 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023. Já os trabalhadores, até agora, aguardam decisão do processo movido pelo Sindpd dos anos de 2014 a 2018”, afirma o comunicado.
Além disso, estão na lista de demandas o pagamento de banco de horas, e problemas mais genéricos como “insalubridade” e descumprimento de cláusulas da Convenção Coletiva.
A situação na Stefanini parece bem menos complicada do que na Qintess, uma das maiores integradoras de tecnologia do país, onde houve atraso no pagamento de salários e obrigações trabalhistas como o FGTS e INSS.
A greve na Qintess mencionada pelo Sindpd aconteceu no começo do mês e durou menos de 24 horas.
De acordo com a empresa, uma das maiores integradoras de tecnologia do país, aderiram ao movimento apenas 5% dos 2,6 mil funcionários em São Paulo, o que seria algo em torno de 130 pessoas. Os dados seriam do controle de ponto.
O Sindpd não divulgou uma cifra geral de funcionários parados, o que seria de se esperar, falando apenas em “participação efetiva”, especialmente dos funcionários em home office e uma adesão maior no Caixa Econômica Federal, Natura e Tribunal Regional do Trabalho.
Seja como for, o Sindpd e a Qintess chegaram a um acordo na primeira reunião depois de que a greve foi decretada, em termos um pouco mais favoráveis para os funcionários do que os propostos inicialmente pela Qintess.
É preciso lembrar que a greve na Qintess foi um acontecimento excepcional, uma vez que os sindicatos da área de TI tem muito menos penetração na área privada do que entre as empresas públicas.
Organizar uma greve na Stefanini seria um projeto muito mais ambicioso para o Sindpd.
Enquanto a Qintess tem 3,5 mil funcionários, a maioria deles concentrados em São Paulo, a Stefanini tem 30 mil, espalhados por diversos estados no Brasil e 41 países no mundo.
Não se sabe quantos dos funcionários da Stefanini estão em São Paulo, onde valeria uma greve convocada pelo Sindpd, e se a empresa não seria capaz de fazer um remanejamento interno para cobrir a falta dos eventuais grevistas.
De todas formas, parece que o tema greve chegou para ficar entre as empresas privadas de TI, pelo menos no estado de São Paulo.