
CSO sente que não tem influência. Foto: Pixabay.
A maioria dos CSOs, profissionais encarregados da segurança de informação das empresas, acredita que foi contratada apenas para cumprir uma exigência, sem grande influência para efetivamente fazer seu trabalho.
Pelo menos, foi o que responderam 70% dos 23 respondentes de uma pesquisa feita pela 4CyberSec, uma consultoria especializada no assunto.
A mostra é pequena, mas também é verdade que não existem tantos CSOs atuando no país. O cargo é mais a empresas maiores, com políticas mais rígidas sobre segurança de dados ou disponibilidade de sistemas.
Assim, vale a pena dar uma olhada nos dados coletados pela 4CyberSec, ainda que o cenário descrito pelos entrevistados não seja muito animador.
De acordo com o relatório, para 34% dos entrevistados a questão cultural das organizações é o assunto mais delicado de ser tratado, ficando à frente inclusive dos custos, com 26%.
“Antes de grandes estratégias, planos de ação contra ciberataques ou tecnologias de última geração, as empresas precisam estabelecer um método de trabalho baseado em uma cultura de segurança digital”, acredita Rafael Nareezzi, Chief Technology Officer (CTO) da 4CyberSec.
Como reflexo disso, 60% dos entrevistados disseram que as empresas não seguem as estratégias desenvolvidas pelos especialistas.
Segundo Narezzi, os CSOs são profissionais que hoje vivem em constante estresse, pois estão com seus empregos constantemente ameaçados.
“Eles são culpados pela falta de cuidados de seus colaboradores, diretores e usuários, o que não pode acontecer. Toda a organização deve contribuir para não seja ameaçada”, afirma Narezzi.
Metade (50%) desses profissionais disseram que mudariam de cargo ou cogitariam isso num futuro próximo.
A baixa influência dos CSOs se reflete em um percepção de si mesmo como um apagador de incêndio.
Num episódio de um grande ataque sem a presença do CSO, 40% dos respondentes disseram que o resultado seria o "caos".
Outros 30% disseram ter procedimentos estabelecidos que poderiam ser seguidos e 25% estão desenvolvendo esse tipo de procedimentos.