
A Telefónica, dona da Vivo no Brasil, vai avaliar os ativos da Oi. Foto: divulgação.
A Oi iniciou o processo para uma potencial venda de sua operação de telefonia móvel.
A afirmação foi do vice-presidente de operações da Telefónica, Angel Villa, durante a European Technology, Media and Telecoms, conferência do setor em Barcelona, segundo relata a Reuters.
A empresa espanhola é dona da Vivo no Brasil, onde obtém cerca de um quarto de seu resultado global.
Segundo o executivo, a Telefónica vai avaliar os ativos da Oi.
“Isso pode ser uma situação interessante onde pode haver sinergias”, disse Villa.
Ainda segundo a Reuters, a Oi não confirmou a negociação, mas seu vice-presidente de operações Rodrigo Abreu havia dito, em outubro deste ano, que a empresa poderia considerar vender sua operação móvel se recebesse ofertas atraentes.
“Não faz parte do nosso plano de curto prazo e não dependemos da venda da operação móvel para realizar nosso plano de investimentos, mas é uma opção no futuro”, disse Abreu à agência de notícias na época.
Em setembro, a Reuters informou que a Oi estava em negociações preliminares com a Telefónica e com a Telecom Italia, dona da TIM, para vender sua rede móvel e evitar uma possível crise de caixa.
Maior operadora de telefonia fixa do Brasil, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2016 para reestruturar aproximadamente R$ 65 bilhões em dívidas.
Abreu disse à agência de notícias que a venda de ativos não essenciais deve ser o bastante para financiar o investimento no serviço de banda larga residencial com fibra óptica, um dos principais focos da Oi.
Recentemente, Abreu afirmou na Futurecom que a Oi vai vender pelo menos uma dezena de data centers no Brasil, como parte desta estratégia.
O plano da Oi é levantar até R$ 7,5 bilhões com a venda de ativos não essenciais - incluindo torres, centrais de processamento de dados, imóveis e sua fatia de 25% na angolana Unitel.
Segundo a Reuters, Abreu disse que a Oi espera alienar sua fatia na Unitel este ano e teve progresso na venda de três ativos imobiliários.
“Não haverá serviço de banda larga 5G nem alta velocidade no Brasil sem a Oi como operadora ou provedor de infraestrutura para outras operadoras”, disse Abreu.
O executivo reafirmou que é provável que a Oi gere fluxo de caixa positivo até 2021, conforme prevê o plano estratégico da empresa.