
"a os R$ 3,5 bilhões no débito". Foto: Stone.
A Stone contratou o J.P. Morgan e o Morgan Stanley para vender a Linx, gigante de software de gestão para o varejo comprada em 2020.
A informação, para lá de bombástica, é do site Neofeed. A Linx diz que “não comenta boatos”.
Segundo o site, a avaliação dos bancos de investimento (dois dos maiores do mundo na área) é a de que a Linx é hoje um negócio que vale metade do que a Stone pagou.
Caso, isso seja assim, podemos estar frente a um dos maiores casos de quem ri por último ri melhor da história do setor de tecnologia brasileiro.
Isso porque a Linx foi comprada pela Stone por R$ 6,7 bilhões depois de muita briga com Totvs, ao longo de processo que durou meses.
Segundo as fontes ouvidas pelo Neofeed, a bola fica ainda mais para a Totvs pelo fato da Linx ser um ativo pouco interessante para compradores internacionais.
“Os gringos sabem que a Linx é uma companhia fruto de várias aquisições ao longo dos anos e de difícil integração”, afirma uma fonte ouvida pelo Neofeed.
Ao longo da história, a Linx fez para lá de 20 aquisições, indo de tudo, desde software para gestão de postos de gasolina até soluções de e-commerce, ando por todo tipo de verticais do varejo.
Porque afinal a Stone quer se livrar da Linx? Segundo as fontes ouvidas pelo Neofeed, a Linx nunca foi devidamente integrada na Stone.
O processo de integração foi atrapalhado ainda por um estouro de inadimplência em empréstimos concedidos pela Stone, que fez as ações da companhia caírem 90% em 2021, logo depois da compra da Linx.
Outro problema para a Stone é que a Linx está posicionada em empresas no meio e topo da pirâmide, diferente da Stone, que é mais focada nos pequenos.
A Stone detém uma participação de cerca de 11% no mercado de cartões. A empresa de pagamentos tem uma taxa de penetração de 19% no total de micro, pequenas e médias empresas, somando 3,9 milhões de clientes.
Por isso, a Stone teve “muita dificuldade” de aumentar a participação nos clientes da Linx, que é usada em muitas varejistas de porte médio para cima.
Supondo que os bancos de investimento estejam corretos e a Linx valha a metade do que a Stone pagou em 2020, ainda assim, seria um negócio enorme para a Totvs.
A maior compra da história da Totvs foi a RD Station, uma startup de automação de marketing catarinense pelo qual a empresa pagou R$ 2,5 bilhões em 2021, ainda na fossa de ter perdido a Linx.
Na época da briga com a Stone, a melhor oferta da Totvs foi de R$ 6,1 bilhões em dinheiro e ações, resultando numa nova Totvs no qual os atuais acionistas da Linx teriam 24%.
Uma lembrança extra: Dennis Herszkowicz, atual CEO da Totvs, foi contratado em 2018 vindo da Linx, onde foi CFO.