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Foto: Pexels
Bruno de Paula, um agente de talentos de 36 anos, viralizou no Twitter neste final de semana, com uma verdadeira história de terror sobre as consequências de um roubo de celular cujo prejuízo gerado por meio de diferentes apps chegou a pelo menos R$ 160 mil.
Tudo começou na volta de umas férias em Barcelona, quando, dentro de um táxi com a janela aberta no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, Paula teve seu celular roubado enquanto estava desbloqueado.
Segundo o relato, os criminosos conseguiram alterar todas as senhas da vítima, incluindo o Gmail, iCloud e ifood. Eles também conseguiram ar o aplicativo do Banco do Brasil, MercadoPago e Pagseguro.
“Quando cheguei em casa, peguei o celular antigo e comecei a checar as contas e vi que já tinham me roubado R$ 27 mil de uma das contas”, relatou Paula. O dinheiro saiu da conta do Nubank para pagamentos no Mercado Pago.
Desesperado, Paula notificou todas as empresas envolvidas e solicitou o bloqueio de seu chip com a operadora Claro.
Segundo ele, seu chip não foi bloqueado. O desespero e o sentimento de impotência aumentaram ao descobrir que os recursos continuavam a ser movimentados, mesmo depois da notificação das empresas donas dos apps.
Só no Banco do Brasil, os criminosos fizeram dois empréstimos e duas transferências que totalizaram R$ 116 mil. Pelo Nubank, foram pagos boletos de R$ 9 mil que só seriam descontados na segunda-feira.
“Era sexta à noite e eram boletos, dava pra cancelar, mas nada. O descaso do Nubank foi bizarro. Tudo foi feito dentro de 3 minutos. Como que o banco libera isso? O Pagseguro e o MercadoPago também deixaram as transações com altos valores acontecerem. Ninguém quis me ajudar”, acusa Paula.
Em algum ponto, os criminosos compraram também sete garrafas de uísque Buchanans de 12 anos, a um custo unitário de R$ 329.
Paula tinha cancelado todos os seus cartões de crédito, mas isso não foi o suficiente: o aplicativo tinha armazenado um cartão de seu pai, usado para pedir uma pizza em uma ocasião familiar.
"Não dá pra lembrar de tudo, ainda mais quando você tá constantemente sob ataque. Não tem paz, não respira”, resumiu De Paula.
No momento em que publicou seus tweets sobre o caso, na quinta-feira, 5, Paula já levava uma semana envolvido exclusivamente com o tema, o que está gerando um grande desgaste psicológico.
"A pior semana da minha vida. Não é só sobre a grana, é o desespero, o medo, o trauma. Toda vez que chega e-mail, acho que tão tentando invadir. Acordo de hora em hora pra olhar. Não tenho paz, não tô comendo nem dormindo. Só quero que acabe", resumiu Paula.
O relato viralizou no Twitter e no Linkedin, o que gerou diversas discussões sobre segurança dos aplicativos de banco, além de recomendações de como evitar esse tipo de fraude.
Os tweets de De Paula receberam 156 mil likes e foram compartilhados 43,9 mil vezes. No Linkedin, o post teve quase 3 mil reações, 304 comentários e foi compartilhado 49 vezes.
Segundo afirmou De Paula em uma atualização do seu post no Linkedin, depois da repercussão das publicações, as instituições responsáveis estornaram os valores e o problema foi resolvido.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um celular é roubado a cada cinco minutos em São Paulo, Foram 17.044 casos do tipo nos meses de janeiro e fevereiro, uma alta de 4,3% em relação ao mesmo período de 2021.
Quadrilhas especializadas nesse tipo de crime buscam vítimas distraídas e tentam levar não só o aparelho, como também ar informações pessoais dos usuários, como contatos e principalmente contas bancárias.