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Antonio Carlos Valente. Foto: divulgação Futurecom
Protagonistas do negócio de aquisição que movimentou o mercado de telecom no segundo semestre deste ano, Vivo e GVT vão utilizar a sinergia das empresas para fortalecer a competição também no mercado de TI.
Por parte da Vivo, maior operadora do país em presença de mercado, a empresa pretende aproveitar a rede e a experiência que a GVT possui em fibra óptica para desenvolver um novo projeto de cidade digital no estado de São Paulo.
A exemplo do que fez na pequena Águas de São Pedro, município paulista de 2,7 mil habitantes que é o segundo menor em extensão do Brasil, a companhia estuda fornecer soluções de gestão de serviços públicos, como medição de energia, tráfego e monitoramento de segurança, em uma cidade da região da região metropolitana de São Paulo.
Segundo o presidente da empresa, Antonio Carlos Valente, a operadora irá anunciar a localidade em 2015. A ideia é instalar uma rede de fibra na cidade escolhida para ar os equipamentos. Este é um ponto que diferencia ambos projetos, já que o de Águas de São Pedro partiu a partir do cabeamento de cobre.
"É um desafio maior porque queremos trazer os conceitos de cidade digital para um lugar mais próximo a capital, logo terá mais pessoas, um sistema mais complexo para atender", disse o executivo nesta quarta-feira, 15, na Futurecom 2014, em São Paulo.
A região metropolitana de São Paulo é a maior metrópole do país e reúne 39 municípios, com um total de 20,2 milhões de habitantes. Ela constitui a principal área de atuação da GVT, sobretudo nas cidades de Guarulhos e Osasco, já que a empresa ou anos sem conseguir operar na capital por não ter licença da prefeitura da cidade para construir sua rede, o que aconteceu em 2012.
A compra da GVT pela Vivo vai aumentar o valor de investimentos anunciado pela empresa para o período entre 2012 e 2014, R$ 24,3 bilhões. Até o mês de julho, contudo, o valor já extrapolou a meta e chegou a R$ 35,6 bilhões.
A GVT, braço da sa Vivendi no mercado nacional comprado pela Telefônica|Vivo por US$ 9,3 bilhões, em setembro ado, começa a flertar com soluções de TI para dar musculatura a sua operação após o negócio.
Só em os de banda larga fixa, por exemplo, a operadora hoje tem 6,5 milhões de os em todo o país. Com a integração da sua operação pela Vivo, líder em os móveis no Brasil, a tendência é que o volume cresça. No total, são 40 milhões de os entre móvel e fixo.
Além disso, a Vivo pode aproveitar o momento turbulento da Oi, cujo presidente Zeinal Bava saiu recentemente, no cenário local para abocanhar parte do market share da empresa em banda larga e telefonia fixa.
Segundo dados nacionais do Teleco, a Oi ocupa o segundo lugar com 26,7%, grande vantagem sobre o terceiro lugar da Vivo, que é 16,7%. O primeiro lugar nacional neste mercado é da América Móvil, com 31,8%.
BIG DATA
Existem em curso na empresa dois projetos que envolvem a adoção de Big Data. O primeiro é para ar o departamento de call center. O segundo, por sua vez, faz parte de uma estratégia da empresa de segmentar sua base de clientes e promover um atendimento personalizado.
"GVT e Vivo podem equilibrar o mercado. É uma combinação vencedora que vai fortalecer nossa presença no país. O foco em investimento em fibra óptica vai seguir mesmo após a aquisição", disse Amos Genish, presidente da GVT no Brasil.
O futuro do executivo no mercado de telecomunicações se transformou em uma incógnita logo após o anúncio do negócio envolvendo as duas empresas. Sua permanência na empresa é desejada pelo alto comando da Vivo no Brasil. Entretanto, foi ventilado nas últimas semanas sua possível ida ao cargo de presidente da operadora Oi.
A venda da fatia que a Vivo possui no capital da TIM é outro tema que apareceu com destaque no noticiário recentemente. O presidente da Vivo no Brasil, no entanto, descartou a manobra.