
Sede da Altus em São Leopoldo.
A Altus, companhia de automação industrial e controle de processos, sediada em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, ou por um 2016 muito complicado.
Segundo o balanço da empresa, publicado no site da Bovespa no final de março, o prejuízo em 2016 quase triplicou, ando de R$ 14,1 milhões para R$ 38,9 milhões.
Ao mesmo tempo, o faturamento da empresa caiu 60%, indo de R$ 97 milhões para R$ 39,3 milhões.
A avaliação da KPMG entregue junto ao balanço fala em “dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da companhia”, dependendo da execução ou não dos planos de negócio aprovados pelo conselho.
“As alterações ocorridas no ambiente competitivo, a evolução negativa
das contratações em segmentos importantes e específicos que a empresa atua como Óleo e Gás e Geração de Energia, bem como a necessidade de alterações importantes em sua estrutura para se adequar a realidade de seu mercado, fizeram com que a empresa tivesse um ônus muito elevado em seu resultado de 2016”, resume a KPMG.
No começo de janeiro, o CEO da Altus, Fabiano Günther Favaro, disse à reportagem do Baguete que as mudanças eram necessárias pelo momento econômico e que os planos da companhia para o futuro avam por maior internacionalização.
A Altus atravessou 2016 fazendo alterações significativas na estrutura, cortando quatro diretorias (só resta uma diretoria, focada no mercado exterior).
Uma série de cortes na força de trabalho reduziu o número de funcionários de 400 em 2014 para 200 hoje.
Agora é aguardar para ver como a empresa vai responder em um cenário econômico que deve seguir complicado.
As projeções da Abinee, a indústria de automação industrial em 2016 teve um decréscimo médio de 5% em relação a 2015. Para este ano, a expectativa é de uma retomada apenas no segundo semestre, com uma melhoria para uma queda de 1%.
Os controladores da Altus são uma peça fundamental de projetos de automação podendo ser usados nas áreas de óleo e gás, infraestrutura, transporte, indústria e utilities em geral.
A empresa viveu bons anos na última década, nos quais a Altus esteve no centro das política industrial de incentivo à cadeia produtiva do setor de óleo e gás e de eletroeletrônica das istrações petistas do governo federal.
Assim a empresa fechou um contrato de R$ 115 milhões para automatização de oito plataformas da Petrobras, um dos maiores do gênero no mundo.
Junto com os coreanos da Hana Micron, a Altus criou a HT Micron, uma fábrica de semicondutores instalada em São Leopoldo que recebeu investimentos do governo através da Finep.
No começo do ano, Ricardo Felizzola, um dos fundadores da Altus e CEO da HT Micron desde o começo da operação no Brasil, seis anos atrás, deixou o comando da empresa.
Assumiu o coreano Chris Ryu, um executivo experiente na indústria de chips sul coreana. A Altus segue sendo acionista da empresa.